Identificado a partir de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça; ele é considerado foragido
A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu na manhã de ontem (31) um mandado de prisão e de busca e apreensão contra Eduardo Fauzi Richard Cerquise. Ele está sendo procurado e é considerado foragido. O ataque aconteceu após o lançamento do ‘Especial de Natal Porta dos Fundos’ que retrata Jesus como homossexual.
O delegado titular da 10ª DP, Marco Aurélio de Paula Ribeiro explicou em coletiva de imprensa que monitoraram os veículos usados durante o ataque. “O autor identificado sai de um dos veículos durante a fuga e pega um táxi. Foi expedido um mandado de prisão temporária de 30 dias contra ele, que, no decorrer das investigações, pode ser renovado”, completou.
Na semana passada, um grupo que se diz formado por “integralistas” divulgou um vídeo nas redes sociais em que reivindica o ataque à produtora. O mesmo grupo teria feito um ataque na Universidade Federal do Estado do Rio (UniRio), em Botafogo, no fim do ano passado, queimando bandeiras e faixas antifascistas. O delegado não quis confirmar se de fato Cerquise faz parte do grupo. “Nenhuma linha de investigação está sendo descartada. Estamos apurando se é um ato isolado ou se há ligação com alguma entidade. As peças periciais estão sendo produzidas”, afirmou Marco Aurélio.
A Frente Integralista Brasileira afirmou, em nota publicada em seu site, que repudia a tentativa de associar o movimento ao ataque. A frente diz ainda que desconhece o grupo em questão e que o estatuto da frente proíbe o uso de máscaras para fins de militância.
“O Porta dos Fundos condena qualquer ato de violência e, por isso, já disponibilizou as imagens das câmeras de segurança para as autoridades”, informou na quarta o grupo em nota (leia na íntegra abaixo). O texto afirma ainda que o Porta espera que os responsáveis pelos ataques “sejam encontrados e punidos”.
Polêmica
O canal de humor virara alvo de críticas desde o lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. O personagem é surpreendido por uma festa, em que é revelado que ele é Filho de Deus e fora adotado por José e Maria. Um abaixo-assinado online pediu a retirada do programa da Netflix.
No dia 19, a Justiça do Rio negou liminar a um pedido de uma associação religiosa para que programa fosse removido do site. A decisão afirmou que não havia motivos legais para a remoção. Segundo a Justiça, determinação diferente da sua seria “inequivocamente censura decretada pelo Poder Judiciário”. Em nota, os integrantes do grupo disseram ainda que seguirão em frente, “mais unidos, mais fortes, mais inspirados e confiantes que o País sobreviverá a essa tormenta de ódio, e o amor prevalecerá junto com a liberdade de expressão”.
(Texto: Lyanny Yrigoyen com informações UOL)