Grupo integralista assume ataque a sede do Porta dos Fundos

Um suposto grupo integralista assumiu a responsabilidade pelos ataques com coquetéis molotovs à sede do grupo humorístico ‘Porta do Fundos’ na última terça-feira (24). Em um vídeo publicado no Youtube com uma nova gravação do atentado, três homens se responsabilizam pelo ataque, que teve como motivação o filme ‘Especial de Natal: A Última Primeira de Cristo’, em que Jesus Cristo é retratado como um homem gay.

O envolvimento de um grupo integralista com o ataque não surpreenderia. O crescimento de grupos de extrema-direita (nazistas, fascistas, integralistas) ao redor do país tem se dado de maneira exponencial. A antropóloga Adriana Lima, da UNICAMP diz que o Brasil vai passando por um processo de “nazificação”, especialmente na internet.

“A sociedade brasileira está nazificando-se. As pessoas que tinham a ideia de supremacia guardada em si viram o recrudescimento da direita e agora estão podendo falar do assunto com certa tranquilidade. Precisamos abordar o tema para ativar o sinal de alerta. Justamente para não dar palanque a essas ideias, precisamos falar sobre criminalização de movimentos de ódio e resgatar a questão crucial: compartilhar humanidades”, afirmou Adriana Lima ao jornal alemão Deustche Welle.

Não é difícil encontrar páginas e grupos integralistas no Facebook e canais de Youtube que divulgam as ideias anti-democráticas, fundamentalistas cristãs e antissemitas do Integralismo, o que impulsiona a divulgação desse ideário criminoso no país e crimes como o supracitado. As redes sociais e as grandes empresas de tecnologia como a Google, o Facebook e o Twitter devem se responsabilizar pela propagação desse tipo de conteúdo em suas plataformas.

O Facebook permite a existência de Grupos Integralistas em sua rede social. Foto: Reprodução/Internet

Entretanto, há um caminho. Além de o Facebook ter começado a banir pessoas de extrema-direita, muito conteúdo continua lá. Uma iniciativa interessante é a de Christian Picciolini, que iniciou uma ONG, a ‘Life After Hate’ (Vida após o ódio, em inglês). O isolamento que a cultura de ódio proporciona (combinado, é claro, com sentimento de pertencimento bastante intensos) são perigosos para o ser humano. A iniciativa de Christian busca reinserir essa população na sociedade através do amor.

“As pessoas que deixam esses grupos, sejam neonazistas ou jihadistas, precisam do apoio de outros que tenham passado pelo mesmo. Para o restante das pessoas, não é fácil entender por que caíram no extremismo”, afirma o fundador da ONG.

(Texto: Lyanny Yrigoyen com informações Hypeness)

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