Entre Linhas, com Gabriel Pollon
No dia 9 de julho, domingo passado, ocorreu, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília-DF, o 4° Encontro Nacional Pró-Armas. Realizado em um momento político conturbado, o clima inicialmente era de apreensão, uma vez que há aproximadamente seis meses ocorreu o fatídico 8 de janeiro, em que houve a invasão e depredação de patrimônio público, culminando com a prisão de mais de mil pessoas, sendo objeto de investigação por meio da CPMI dos “atos antidemocráticos”, em que se busca apurar responsabilidades pelo ocorrido.
Pois bem, diante desse cenário, e ao contrário do que foi alardeado pela má imprensa, a manifestação pró- -armas ocorreu na mais perfeita ordem, com a participação de famílias com crianças, tudo de maneira pacífica e ordeira, o que, aliás, é a marca registrada do movimento. Após a manifestação, mais uma vez, observou-se “o padrão japonês de civilidade”, em que os manifestantes realizam a limpeza do local, o que facilitou o trabalho dos garis que chegavam para preparar o local para a próxima manifestação, marcada para a mesma data.
O que se pode perceber é que, inobstante o sucesso da manifestação, que de fato reabriu as ruas pós 8 de janeiro, não houve um mísero comentário positivo da mídia em geral; também pudera, em tempos de “democracia relativa” existem determinados assuntos que são manifestamente intocáveis e o armamento civil é um deles.
Diante disso, e não podendo ignorar o “bode na sala” colocado pelo pró-armas, os conhecidos veículos de imprensa alinhados à esquerda rapidamente lançaram mão do estratagema já de muito conhecido nos últimos anos, que consiste em criar uma narrativa no sentido de distorcer o discurso que se pretende atacar, criando uma atmosfera de repúdio com vistas a manipular a opinião pública, para pôr fim e calar os opositores. O trecho distorcido da fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP), ao qual foi conferido conotação preconceituosa à classe dos professores, ilustra perfeitamente a estratégia esquerdista de fomentar o “nós contra eles”, dividindo a sociedade e, por consequência, enfraquecendo-a.
A fala do parlamentar refere-se ao abuso da liberdade de cátedra praticado por aquele professor (e não a classe) que extrapola tal direito, utilizando-se da audiência cativa dos alunos para transformar a sala de aula em piquete. Em perfeita simbiose com a repercussão da mídia democrata de festim, surgiu o pronunciamento do ministro da defesa, Flávio Dino (PSB/MA), sintonia essa que fez lembrar a de Maradona e Caniggia na Copa de 90, o ministro, momentos depois da “repercussão” da fala atribuída ao parlamentar, sinalizou ação no sentido de “investigar e punir eventuais incitações ao crime”.
Jogadas e narrativas à parte, o fato é que as ruas foram abertas novamente.
“O que se pode perceber é que, inobstante o sucesso da manifestação, que de fato reabriu as ruas pós 8 de janeiro, não houve um mísero comentário positivo da mídia em geral; também pudera, em tempos de “democracia relativa” existem determinados assuntos que são manifestamente intocáveis e o armamento civil é um deles”, relata o colunista e advogado, pós-graduado pela PUC-SP em processo civil.