Referência nacional, unidades são tidas como “modelo”
Conforme a SED (Secretaria de Estado de Educação), as escolas cívico-militares de Mato Grosso do Sul apresentam bons resultados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o que incentiva a dar continuidade ao modelo aplicado em algumas escolas. Conforme noticiado na edição anterior, a decisão do governo federal de encerrar o Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares) não deve afetar a administração nem o andamento das aulas nas quatro escolas estaduais de Mato Grosso do Sul e na única unidade municipal de Campo Grande, que executa esse método de ensino. Segundo as secretarias de educação, apenas as escolas cívico-militares inauguradas com recurso federal devem sofrer algum tipo de impacto com a determinação do atual governo. “Essas unidades apresentaram aumento nos índices observados. A própria E. E. Prof. Tito, por exemplo, foi eleita a melhor escola do programa das cívico-militares, no ano de 2022. Além disso, ela ficou entre os melhores Idebs da nossa rede estadual. Aqui, as nossas cívicos também são escolas de ensino em tempo integral, fato que potencializa o trabalho”, destacou a secretaria ao jornal O Estado. Diante da repercussão e preocupação de pais de alunos, a equipe de reportagem foi até a escola estadual cívico-militar Alberto Elpídio Ferreira Dias – Professor Tito.
Anteriormente, o diretor da escola e subtenente do Corpo de Bombeiros, que é da divisão de educação da escola, coronel Francisco Carlos da Silva Rojas, explicou que a metodologia de ensino em uma escola estadual cívico-militar é diferente devido à disciplina. Em contrapartida, a parte educacional da aprendizagem é ministrada por civis, que são os diretores e professores, assim como nas demais escolas estaduais. “A parte disciplinar é executada por bombeiros militares, que trabalham na unidade de ensino auxiliando na organização e na coordenação dos alunos, ensinando valores como civismo, dedicação, excelência, honestidade e respeito”, ressaltou ele.
Em conversa com o subtenente do Corpo de Bombeiros, de forma estratégica, as duas escolas estaduais cívico-militares de Campo Grande foram construídas em bairros de maior vulnerabilidade social, visando a disciplina desses alunos. “A atuação da escola com o padrão militar, com 420 alunos matriculados, oferece aos pais e alunos a sensação de maior segurança dentro do ambiente escolar. O método ‘tradicional’ aplicado por nós, tem feito diferença na vida dos estudantes, que são moradores da região”.
A escola Professor Alberto Elpídio Ferreira Dias foi a primeira escola cívico-militar de tempo integral do Brasil. Ela atende alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e 1º ao 3º do ensino médio. Em abril de 2022, a EECIM Professor Tito, a qual também é conhecida como “Escola de Vencedores”, obteve o maior índice do Programa das Escolas Cívico-Militares do Brasil (0,805). O índice avalia o nível de adesão ao programa nos seguintes pontos: Gestão Escolar, Ambiente Escolar, Práticas Pedagógicas, Aprendizado e Desempenho Escolar dos alunos.
A avaliação foi realizada pelo Ministério da Educação, pela UnB (Universidade de Brasília) e pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Tranquilizando aqueles que são simpáticos ao trabalho dos militares nas escolas, o secretário de Estado de Educação. Hélio Queiroz Daher, falou sobre o comunicado do MEC (Ministério da Educação), do governo federal. “Eu quero esclarecer, com muita tranquilidade, que o Governo de Mato Grosso do Sul tem um programa próprio de escolas cívico-militares, das quais as nossas quatro escolas fazem parte. Então o encerramento, por parte do governo federal, em nada afeta o desenvolvimento e a prática do programa estadual de escolas cívico-militares”, destacou o secretário.
HISTÓRICO DAS ESCOLAS NO ESTADO
Segundo o Ministério da Educação, 215 escolas aderiram ao modelo nas cinco regiões do país. Em Campo Grande, duas escolas estaduais foram inauguradas em 2018 pelo Programa Estadual de Escolas Cívico-Militares – a escola estadual cívicomilitar Alberto Elpídio Ferreira Dias (Professor Tito), que é administrada pelo Corpo de Bombeiros, e a escola estadual cívicomilitar Marçal de Souza Tupã, administrada pela Polícia Militar.
Ambas as escolas oferecem o ensino no tempo integral, contendo kit de uniformes com cores diferentes das unidades de ensino tradicionais da Rede Estadual de Ensino, remetendo à farda do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. No interior do Estado, duas escolas estaduais também funcionam no ensino militar. Em Maracaju, é a escola estadual Coronel Lima de Figueiredo, e no município de Anastácio, a escola estadual Maria Corrêa Dias.
Conforme informado pela SED, a pasta vai manter as unidades que possui, atualmente. Da rede municipal, além de Campo Grande, há escolas cívico-militares municipais em Jardim, Costa Rica, Corumbá e Porto Murtinho.
[Brenda Leitte– O ESTADO DE MS]
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