Porto Murtinho liderou o ranking de redução de moradores, acompanhado por Pedro Gomes e Jateí
Depois de meses, entre a coleta e análise dos dados, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentou os números e estatísticas do Censo Demográfico 2022 de Mato Grosso do Sul, na manhã de ontem (28). Conforme o extenso relatório, apesar de MS ter revelado um aumento significativo no número de habitantes, alcançando o marco de 2.756.700 pessoas, 20 municípios do Estado apresentaram queda na população.
O jornal O Estado teve acesso ao relatório do Censo 2022. Após analisar as maiores variações percentuais negativas, observou-se que Porto Murtinho, que em 2010 tinha 15.372 pessoas residentes, em 2022 registrou 12.859, representando uma queda de -15,81%; Pedro Gomes (-13,52%) e Jateí (-10,60%), também são listados como os municípios que mais perderam população residente.
Corumbá e Bela Vista, apesar de figurarem entre as três maiores perdas em variação absoluta da população residente, ficaram, respectivamente, no sétimo e oitavo lugares no ranking, quando analisada a variação percentual. Em Corumbá, em 2010, haviam 103.703 pessoas residentes, em 2022 foram recenseadas 96.268, representando uma queda de -7,14%; Bela Vista, de 23.181 pessoas diminuiu para 21.613 residentes, uma queda de -6,81%.
Dentre os 20 municípios ainda aparecem: Anaurilândia (-9,89%); Nioaque (-7,58%); Iguatemi (-7,25%); Caracol (-6,71%); Rio Negro (-4,65%); Novo Horizonte do Sul (-4,43%); Guia Lopes da Laguna (-4,12%); Santa Rita do Pardo (-3,20%); Eldorado (-2,63%); Sonora (-2,10%); Brasilândia (-2,09%); Batayporã (-2,08%); Corguinho (-1,62%); Jardim (-1,45%) e Alcinópolis (-0,70%).
Em contrapartida, em termos de variação absoluta da população residente, os três municípios que mais ganharam população foram: Campo Grande, com 111.164, Dourados, com 47.873 e Três Lagoas, com 30.366 pessoas.
Quando utilizado o recorte das maiores variações positivas de MS, Chapadão do Sul (64,72%) foi a cidade que teve a maior taxa de crescimento bruto, seguido por Costa Rica (48,72%) e São Gabriel do Oeste (33,47%).
Entre os vinte maiores municípios do Estado com variação
positiva são: Nova Alvorada do Sul (32,66%); Três Lagoas (29,83%); Selvíria (29,51%); Água Clara (29,76%); Ivinhema (24,53%); Dourados (24,49%); Aparecida do Taboado (24,06%); Rio Brilhante (22,63%); Figueirão (20,87%); Bonito (20,68%); Maracaju (19,82%); Caarapó (18,79%); Ponta Porã (18,16%); Angélica (16,73%); Bataguassu (16,09%); Bandeirantes (13,80%); Campo Grande (14,13%).
Questionado sobre os resultados e possíveis mudanças políticas e econômicas que podem servir como base, o governador do Estado, Eduardo Riedel, disse que analisar é necessário. “Eu e minha equipe ainda sentaremos juntos e iremos verificar as informações que temos. Depois de uma análise aprofundada poderemos, então, definir se há necessidade, ou não, de qualquer alteração política no Estado.”
TIPOS DE MORADIA
A maioria dos domicílios no Estado (1.205.866) é particular, o que representa taxa de 99,74%, segundo menor índice do país. Desses, 99,63% – equivalente a 1.204.524– são permanentes. Entre eles, 979.540 estão ocupados, enquanto 224.984 estão desocupados. Domicílios particulares servem de moradia para pessoas, em geral da mesma família, contam com cômodos e têm acesso aos serviços básicos de abastecimento de água, energia elétrica, saneamento ou coleta de lixo.
A Bahia tem a maior taxa de domicílios desocupados do país, com 25,79%, enquanto o Distrito Federal possui a menor taxa, com 15,57%. Mato Grosso do Sul ocupa a oitava posição nesse aspecto. Dentre os desocupados, 150.202 estão vagos, enquanto 74.782 são de uso ocasional. Este índice representa 6,19% do total. O Distrito Federal é a unidade federativa com menor taxa nesse quesito, de 2,88%, enquanto Santa Catarina possui a maior taxa, de 10,32%.
Em relação aos domicílios improvisados, Mato Grosso do Sul tem taxa de 0,11%, a quarta mais alta do país, empatada com Goiás. As maiores taxas são registradas no Amapá (0,13%), Alagoas (0,13%) e Roraima (0,36%), enquanto Santa Catarina possui a menor taxa, de 0,04%.
Domicílios improvisados são classificadas assim por não apresentarem condições básicas para viver. São exemplos barracos, prédios com construção inacabada e outros espaços precários.
Entram ainda nessa categoria aqueles localizados em espaços que não são destinados exclusivamente à moradia, como fábricas e comércios, por exemplo. Quanto aos domicílios coletivos, MS apresenta a segunda maior taxa nacional, com 0,26%.
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
No que diz respeito à den- POR DOMICÍLIO sidade demográfica (número de habitantes dividido por território), Mato Grosso do Sul ocupa a nona posição entre as unidades federativas do país, com 7,72 habitantes por km² (quilômetro quadrado). Os Estados com menor densidade são Amazonas (2,53 habitantes por km²), Roraima (2,85), Mato Grosso (4,05), Acre (5,096), Amapá (5,15) e Tocantins (5,45). Por outro lado, o Distrito Federal é a unidade federativa com maior densidade demográfica, com 489,01 habitantes por km², seguido pelo Rio de Janeiro (366), São Paulo (178,96), Alagoas (112,38) e Sergipe (100,72).
Paranhos apresentou a maior média de moradores por domicílios – são 3,5. Camapuã tem o menor índice, de 2,49. Em Campo Grande, são 2,74 moradores, em média, para cada domicílio.
A média obtida para todo o Estado é de 2,79.
[Brenda Leitte – O ESTADO DE MS]
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