‘A ordem que recebemos é a de fazer com que tudo aquilo que esteja parado volte a funcionar’, garante Adelaido Vila
Sem funcionar desde a finalização das obras de infaestrutura em dezembro 2020, o TIC-CG (Terminal Intermodal de Cargas do Município de Campo Grande), conhecido como Porto Seco, pode ser ativado, isso porque a prefeitura está prestes a finalizar o trabalho de viabilização do terminal, segundo o titular da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), Adelaido Vila. “Eu acredito que nos próximos meses a gente já tenha algumas novidades. O estudo está bem acelerado no sentido de viabilizá-lo, porque a ordem que recebemos é de fazer com que tudo aquilo que esteja parado volte a funcionar”, garantiu. Com área total de implantação de aproximadamente 617,9 mil m², o TIC-CG compreende uma infraestrutura básica já instalada, sendo 50 mil m² destinados à implantação futura de um possível Porto Seco, que poderá se somar ao terminal, ofertando serviços aduaneiros que ampliem o leque de atrativos.
No ano passado, o município já realizou um levantamento sobre a viabilidade do terminal intermodal. Conforme a prefeitura, o estudo, que foi encomendado junto ao Consórcio Pantanal, demonstrou que o local possui viabilidade logística e econômica. O resultado final do estudo identificou que o terminal, no contexto atual, ou seja, sem a ferrovia em funcionamento, já possuiria potencial de movimentação de cargas que atingirá 4,99 milhões de toneladas em 2034, compostas, principalmente, por granéis agrícolas, fertilizantes, granéis líquidos combustíveis e cargas industriais conteinerizadas. Já com o funcionamento das ferrovias, enquanto Porto Seco, tem potencial de atingir uma movimentação de cargas de até 175 mil toneladas em 2034.
O complexo se localiza na parte sul do anel viário com acesso à malha da ferrovia Malha Oeste, que atualmente está fora de operação, entretanto o governo federal e a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestres) estão trabalhando no processo de relicitação da Malha Oeste.
No fim de maio a agência encerrou o período de contribuições públicas sobre a nova licitação da ferrovia, que irá escolher um novo concessionário e liberar o Rumo da operação, que está em processo de devolução, desde julho de 2020. Porém, o projeto exclui o ramal que liga Campo Grande ao município de Ponta Porã, com isso o governo estadual, por meio da Semadesc (Secretaria de Estado, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), pediu a reavaliação de pontos do projeto, incluindo, justamente, a inserção do trecho de ferrovia ligando a Capital e Ponta Porã. Inclusive, a reativação da Malha Oeste também seria fundamental para a ativação do Porto Seco. “Hoje, nós temos a possibilidade de nos manter, temos a possibilidade de outras rotas e na época do processo licitatório também, porque a ferrovia estava funcionando.
Agora, essa estrada de ferro foi devolvida para o governo federal e existem as discussões no sentido de funcionar novamente, então, isso tudo vai fazer com que realmente ele se torne intermodal”, argumentou Adelaido Vila.
O secretário estadual de Infraestrutura, Hélio Peluffo, também assegurou que a reativação da Malha Oeste com a inclusão do trecho em Campo Grande e Ponta Porã será importante para a viabilização do Porto Seco, assim como a Rota Bioceânica. “Depende muito do mercado, por exemplo, se a gente conseguir viabilizar a malha, vamos carrear toda a mercadoria, todo produto, para dentro da rede férrea e Campo Grande faz parte da malha. E a Rota Bioceânica pode funcionar em complemento, sem dúvidas, até porque Campo Grande, como está no centro do Estado, tem um papel muito importante nesse processo e ainda tem uma vantagem: já tá tudo pronto”, finalizou Hélio Peluffo.
Terminal intermodal
No local onde está o terminal foram abertos e asfaltados 7 quilômetros de vias de circulação interna, 700 metros de drenagem, foi construído um pátio com capacidade para receber 290 carretas e um ramal ferroviário de 2,3 quilômetros.
O valor total aplicado na obra foi de R$ 30 milhões, sendo que, na última etapa, orçada em R$ 3,6 milhões, foram implantados 2,5 quilômetros de rede de água, 5,2 quilômetros de rede de esgoto, além da construção de duas redes de esgoto, a ativação de um poço para abastecer o complexo e conclusão de trechos de meio-fio, sinalização e recuperação do asfalto.
Cabe ressaltar que o projeto estava travado há 6 anos, quando foi retomado pela prefeitura, em 2018. As obras começaram em setembro de 2007, mas foram embargadas em[ 2008 pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou problemas na execução. Em 2009, foram retomadas e seguiram até 2012, quando a empresa responsável pelos serviços entrou em recuperação judicial.
Por Rafaela Alves- Jornal O Estado do MS.
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