Empresa investigada em operação na Capital tem contratos com a prefeitura de Corumbá

Fotos: Marcos Maluf
Fotos: Marcos Maluf

Segundo informações, a empreiteira de André Patrola mantém mais de 190 milhões em obras, na região

 

Uma das principais investigadas na operação “Cascalhos de Areia”, deflagrada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), na última quinta-feira (15), é a empresa de André Luiz dos Santos, mais conhecido como André Patrola, que tem contratos em vigor com a prefeitura de Corumbá, município que fica a 417 quilômetros de Campo Grande.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Corumbá afirmou que, mesmo com a investigação, o poder Executivo mantém quatro contratos vigentes com a mencionada empresa, que todos estão em plena execução e os valores estão à disposição, no Portal da Transparência. “Reiteramos que a cidade de Corumbá não foi alvo de nenhuma ação das instituições competentes e que preza pela lisura e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos”, esclareceu.

Segundo apurações, a ALS Transportes instalou-se em terras corumbaenses com seus serviços em 2013 e mantém, atualmente, mais de R$ 190 milhões em obras públicas na região do Pantanal. Até 2016, os contratos com a prefeitura tinham movimentado R$ 40 milhões só para locação de maquinários. E em 2018 a prestação de serviços de limpeza pública, como de capina manual, roçada mecanizada, pintura de meio-fio e varrição de vias e sarjetas rendeu mais de R$ 10 milhões. A prefeitura de Corumbá confirmou que a empresa realmente presta serviços para o município. Vale ressaltar que Patrola, dono de duas empreiteiras e produtor rural, é personagem em outros processos, como o que investiga o ex-prefeito Marquinhos Trad por abuso sexual, aberto no ano passado. André também é investigado em crimes ambientais, inclusive, já foi multado em R$ 1,3 milhão, por desmatamento ilegal no Pantanal.

O caso chegou a ser noticiado pelo programa Globo Rural, que André, empreiteiro, teve autorização para desmatar 998 hectares da fazenda Alegria, no Pantanal da Nhecolândia, mas acabou derrubando 1.372 hectares, sendo que a área desmatada era protegida por lei. Ele é acusado de ter destruído parte de uma área de preservação ambiental na fazenda experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), no Pantanal.

 

Operação

A operação Cascalhos de Areia aponta, na investigação, indícios de fraude à licitação, corrupção passiva e ativa, peculato, lavagem de capitais e organização criminosa contra empreiteiras e servidores.O valor envolvido passa de R$ 300 milhões, em licitações da Sisep (Secretaria Municipal  de Infraestrutura e Serviços Públicos), a partir de 2017, quando o prefeito era Marquinhos Trad. A investigação é conduzida pelo promotor Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público, e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

O objeto dos contratos é a manutenção de vias não pavimentadas, ou seja, o cascalhamento, serviço que afeta diretamente a vida de quem vive nos bairros menos favorecidos de infraestrutura. Além de André Patrola, dono das empreiteiras AL dos Santos e ALS Transportes, são investigados Mamed Dib Rahim, Edcarlos Jesus da Silva e Paulo Henrique Silva Maciel, sócios das empresas MS Brasil Comércio e Engex Construções; e Adir Paulino Fernandes, da JR Comércio e Serviços.

Em relação à Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) também foram alvos da operação o ex-secretário de obras Rudi Fiorese e outros quatro servidores: o superintendente de serviços públicos, Mehdi Talayeh, que continua na gestão e Edvaldo Aquino, coordenador de equipes de tapa-buraco e cascalhamento. Inclusive, celulares e= computadores foram apreendidos.

O ex-secretário atualmente está lotado com um cargo comissionado na Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso do Sul). O engenheiro saiu da pasta municipal em janeiro deste ano e foi para o governo em abril.

 

Por Rafaela Alves e Tamires Santana- Jornal O Estado do MS.

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