Dor articular após infecção por chikungunya

7-4-q6eiax4qsb36cfczwwuqpf7ldcvy1fc6yez2nhcxvs

O que é chikungunya ?

 

É o nome dado a uma infecção ocasionada pelo vírus chikungunya, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, que é o mesmo que transmite a dengue e a zika. O nome chikungunya significa, na língua dos povos Macondes (África do Sul), “aqueles que se dobram”. Isto porque, em decorrência da intensa dor na coluna e nas articulações, na fase aguda da doença, as pessoas acometidas tendem a curvar o tronco, para buscar uma posição mais cômoda.

 

Como são os sintomas?

A doença evolui em três fases distintas: a aguda, subaguda e crônica. A fase aguda se manifesta dentro das duas primeiras semanas, após a infecção. O paciente apresenta-se com febre alta, dor muscular, dor e inchaço das juntas, dor de cabeça, conjuntivite e lesões de pele.

Após 14 dias, os sintomas iniciais podem diminuir e até desaparecer. Porém, quase a metade dos pacientes relata dor articular intensa e dor muscular, que pode persistir por até 3 meses, caracterizando a fase subaguda.

Quando a dor articular vai além dos 3 meses de duração, é considerado que o paciente está na fase crônica da doença.

A dor articular, em todas as fases da doença, é muito intensa e acompanha de inchaço das articulações, principalmente das mãos, cotovelos, joelhos, tornozelos e coluna, o que leva o indivíduo a ficar incapacitado de realizar as atividades mais simples, como pentear o cabelo, trocar de roupas ou caminhar.

Esses sintomas dolorosos fazem com que a pessoa não consiga trabalhar, levando-a a se ausentar do serviço, a ter alterações mentais, do humor e do sono.

 

Quem tem mais risco de evoluir para a fase crônica?

 

Os estudos populacionais têm mostrado que, entre 40% a 50% das pessoas que desenvolveram a chikungunya, evoluíram para a fase crônica. As pessoas do gênero biológico feminino são as que mais tiveram evolução acima dos 3 meses, podendo evoluir por vários anos após a infecção inicial.

 

Como são os sintomas da evolução crônica? 

 

Quando as dores articulares permanecem além dos 3 primeiros meses, após o início do quadro febril inicial, denominamos de artrite crônica pós-chikungunya. Esses pacientes têm sintomas e evolução muito semelhante ao quadro de artrite reumatoide, da espondilite anquilosante ou fibromialgia, podendo levar a deformidades articulares e à incapacidade física.

Daí, a dificuldade de se estabelecer o diagnóstico clínico de artrite crônica pós-chikungunya. Nesse período, os exames de sangue já não vão ter positividade para a doença, pois, nessa fase, o vírus já não se encontra na corrente sanguínea.

Portanto, o diagnóstico vai ser feito a partir das informações do paciente, que deve relatar os sintomas iniciais, a evolução e, se possível, o exame feito anteriormente, que confirme a positividade para chikungunya.

 

Tem tratamento?

Sim. O paciente deve ser acompanhado pelo médico desde o início dos sintomas, toda evolução clínica e ter sido tratado.

Na fase crônica, a artrite é tratada de forma muito semelhante ao preconizado para artrite reumatoide e espondilite. Isso implica em uso de anti-inflamatórios, de imunossupressores, analgésicos e reabilitação articular e muscular.

 

E-mail: [email protected].

Site: www.institutoreumato.com.br.

 

Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa

Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de Saúde e Desenvolvimento do CentroOeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia. 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *