Baixa umidade do ar provoca doenças respiratórias e de pele

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Foto: Marcos Maluf

A umidade relativa do ar segue baixa nesta época do ano, isso porque ela é uma variável meteorológica que representa a quantidade de vapor d’água em suspensão na atmosfera. A condição de baixa umidade relativa do ar está associada à temperatura do próprio ar aliado à falta de chuva por vários dias consecutivos. 

O meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), Vinícius Sperling, explica que a região Centro-Oeste, consequentemente, Mato Grosso do Sul, é historicamente marcada por invernos secos, com períodos que podem ultrapassar 30 dias sem chuvas. “Isso é devido à atuação de intensas massas de ar seco, com poucas ou nenhuma nuvem, isso faz com que a umidade relativa do ar despenque durante as horas mais quentes do dia, geralmente entre 14 e 16 horas, que é o período mais crítico, onde a umidade relativa do ar pode, facilmente, atingir valores abaixo de 20-30%. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal para saúde é entre 50% e 80%”, disse. 

Com isso, ele aponta que é necessário tomar alguns cuidados, como: evitar exposição ao sol nos horários mais quentes do dia pois, quando a temperatura máxima é atingida durante o dia é, geralmente, neste horário que são medidos os menores índices de umidade relativa do ar. Evitar também exercícios físicos nestes horários, mais quentes e secos do dia. 

“Essa condição de baixa umidade relativa do ar tem impacto direto na saúde humana, pois causa ressecamento das mucosas das vias aéreas e da pele. É no período mais seco do ano em Mato Grosso do Sul, que são os meses de junho, julho e agosto, que temos um aumento da incidência de doenças respiratórias”, completou Vinicius. 

O jornal O Estado conversou com o médico otorrinolaringologista Dr. Celso Nanni Junior, que identificou as possíveis causas de doenças atreladas a essa época, com baixa umidade relativa do ar. Ele destaca que, neste período do ano, quando temos diminuição das chuvas e grandes oscilações de temperatura, o tempo fica mais seco e há variação de temperatura, o que pode causar várias consequências para a saúde das pessoas, tendo, entre as principais

Problemas respiratórios – em climas secos, o ar tende a ficar mais seco e desprovido de umidade. Isso pode levar ao ressecamento das vias respiratórias e irritação das membranas mucosas, resultando em sintomas como tosse, congestão nasal, ressecamento da garganta e maior incidência de infecções respiratórias, como resfriados e sinusites; Pele seca – tornando-a áspera, descamativa e propensa a coceiras e irritações; Agravamento de doenças crônicas – condições como asma, bronquite, rinite alérgica e outras doenças respiratórias podem ser agravadas pelo clima seco. A falta de umidade no ar pode irritar as vias respiratórias e desencadear sintomas ou crises nessas condições; Desidratação – as pessoas tendem a transpirar mais e perder líquido pela respiração, mesmo sem perceber. Isso pode levar à desidratação se a reposição adequada de líquidos não for feita. A desidratação pode causar fadiga, tonturas, dores de cabeça e outros sintomas. 

“Em relação às internações, informamos que, nas últimas semanas, houve aumento significativo, tanto de pacientes adultos como pediátricos, sendo muitos casos por síndromes respiratórias”, disse Dr. Celso. 

Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Campo Grande identificou um aumento de 20% no número de pacientes respiratórios nos últimos 15 dias. Mas, para eles, isso não caracteriza um aumento significativo, uma vez quea variação acontece rotineiramente a cada quinzena.

Por Camila Farias   – Jornal O Estado do MS.

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