Após o decreto divulgado ontem (5), pela OMS (Organização Mundial de Saúde), sobre o fim da pandemia do novo coronavírus em todo o mundo, muitas pessoas podem ter ficado confusas sobre o real significado dessa informação. O jornal O Estado conversou com o médico infectologista Rodrigo Nascimento Coelho, que explicou, de fato, como fica a situação no país, após essa notícia.
Inicialmente, Rodrigo destaca que é preciso deixar claro que o fim de uma pandemia não significa o fim da doença, mas que ela deve permanecer, só que em níveis endêmicos agora, o que significa que diminuirá a incidência de casos, mas que a covid-19 continuará existindo.
“Se, em qualquer momento, qualquer doença sair do número esperado, considerado endemia, ela acaba virando pandemia e isso pode voltar a acontecer, por isso as pessoas precisam continuar conscientes, tomando as vacinascompletando o quadro vacinal com todas as doses disponíveis. No momento, não estamos em surto, ainda temos casos, mas com baixa incidência e poucos quadros com gravidade”, disse.
Questionado a respeito da adesão da vacina, o infectologista reafirma que é preciso manter a vacinação e que o governo tem muito trabalho pela frente, para que os índices de vacinação não caiam, após o decreto de fim da pandemia.
“A população precisa entender que essa doença será como qualquer outra, como, por exemplo, influenza ou H1N1, que até hoje precisamos tomar as vacinas anualmente para combatê-las. A pouco tempo tivemos o caso das pessoas deixarem de se vacinar contra a poliomielite e uma doença que estava erradicadahá anos corre o risco de voltar por falta de vacina, isso é inadmissível. Isso pode desestimular, sim, as pessoas, mas tudo depende das divulgações do governo, das propagandas oficiais. No início, o que fez as pessoas aderirem à vacina de forma rápida foi o medo, hoje, já não se tem esse medo, então o governo precisa se posicionar” finalizou Rodrigo
MS registrou mais de 11 mil óbitos
De acordo com o Boletim Epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde), em Mato Grosso do Sul, desde o início da pandemia, foram registrados 611.113 casos da doença, com mais de 11 mil óbitos. Sendo 133.761 casos confirmados em 2020, 246.644 em 2021, 212.804 em 2022 e 17.904 até abril de 2023.
Na Capital do Estado, foram confirmados 215.300 casos, com incidência de 23.504 e 4.684 óbitos. A taxa de mortalidade foi de 511,4. Os últimos óbitos registrados pela doença, também foram em Campo Grande.
Atualmente, contamos com todas as vacinas disponíveis para os públicos da cidade, inclusive a vacina bivalente contra a covid-19.
Por Camila Farias– Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.