Com ingressos esgotados desde janeiro, a primeira edição feminina da Finalíssima colocou frente a frente Brasil e Inglaterra, campeãs da Copa América e da Eurocopa. E quem esteve em Wembley não se decepcionou: o que se viu na noite de quinta-feira (6) foi uma partida com todos os elementos do mais alto nível de futebol mundial.
Antes do apito inicial, as anfitriãs deram uma amostra de respeito às adversárias. A brasileira Formiga levou a campo o troféu, ao lado da britânica Jill Scott. E depois do hino nacional – Richarlison, que joga do Tottenham, apareceu no telão vestindo a camisa da seleção – foi exibido um clipe com momentos da carreira de Pelé. Durante quase um minuto, todos aplaudiram de pé. No fim do vídeo, a mensagem: “em homenagem a Pelé e ao jogo bonito.”
A seleção brasileira tinha desfalques por lesão – entre eles, as atacantes Debinha (que nem chegou a ser convocada), Marta e Nycole e a meio-campo Duda Sampaio, cortadas da lista da técnica Pia Sundhage.
A Inglaterra começou criando chances no ataque e aproveitou a posse de bola, e a torcida da casa pressionava. O primeiro lance perigoso veio aos 13 minutos, quando Lucy Bronze chutou de fora da área e a goleira Letícia fez boa defesa. Minutos depois, Geyse recebeu cruzamento, entrou na área e driblou as marcadoras, mas a zagueira Carter desviou o chute da brasileira.
Aos 22 minutos, as campeãs europeias mostraram por que chegaram a Wembley como favoritas. Bronze entrou na área e cruzou para Ella Toone fazer 1 a 0 Inglaterra. Aos 28, Lauren James marcou, mas a árbitra francesa Stephanie Frappart anulou o gol por impedimento.
Sundhage fez duas alterações no intervalo, colocando Andressa Alves e Adriana. As brasileiras foram superiores no início do 2º tempo, pressionando as rivais. Quase empataram com Geyse, que chutou forte de fora da área e obrigou a goleira Mary Earps a fazer bela defesa.
Parecia que o Brasil não conseguiria transformar as chances em gol, até que, nos acréscimos, Adriana chutou, a goleira inglesa se atrapalhou na defesa e Andressa Alves pegou a sobra, empatando em 1 a 1 e levando a partida para os pênaltis.
Stanway e Adriana marcaram. Letícia defendeu o pênalti de Toone, e na sequência, foi a vez de Earps defender a cobrança de Tamires. Rachel Daly marcou para as inglesas, e a capitã Rafaelle chutou no travessão. Alex Greenwood e Kerolin converteram e Kelly fez o gol do título da Finalíssima para as inglesas, com vitória por 4 a 2 nos pênaltis.
Foi a quarta vez que Brasil e Inglaterra se enfrentaram no feminino, e o histórico de confrontos agora tem três vitorias inglesas e uma brasileira. As anfitriãs chegam a 30 partidas de invencibilidade e nunca perderam sob o comando da holandesa Sarina Wiegman.
A Finalíssima foi também um duelo entre duas das melhores treinadoras do planeta na atualidade. No comando da seleção dos Estados Unidos, Sundhage conquistou dois ouros olímpicos em 2008 e 2012 – ano em que foi eleita melhor técnica do mundo no feminino pela Fifa – e um vice-campeonato mundial em 2011. Treinando a Suécia, seu país-natal, foi prata nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016.
Com informações da Folhapress, por MARINA IZIDRO