Um menino de nacionalidade boliviana, de quatro anos, morreu após ser picado por um escorpião. Ele estava internado em um hospital de Santa Cruz de La Sierra, mas não resistiu e morreu por volta do meio-dia de segunda-feira (27). A vítima havia recebido o soro antiescorpiônico de Corumbá, município a 417 quilômetros de Campo Grande.
Segundo informações da Coordenadoria de Endemias da Bolívia, a criança foi picada no fim da noite de sábado (25) e foi levada em estado grave para o hospital do município boliviano. Conforme o portal Diário Corumbanese, a criança sofreu parada cardíaca, e foi tentado reanimação por volta das 11h30, mas ele não respondeu e a morte foi confirmada.
Corrida por antídoto e falta no país
De acordo com a gerente de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Corumbá, Luciana Ambrósio, a ajuda humanitária para o caso partiu de Corumbá, após atender ao pedido do Governo da Bolívia.
“Recebemos o pedido via e-mail, na tarde de domingo (26). Depois, um funcionário da Epidemiologia de Puerto Quijarro veio até Corumbá pegar o soro antiescorpiônico. Isso é ajuda humanitária, termo de cooperação que envolve saúde. Nessa situação não podemos pensar que a gente é Brasil e eles Bolívia, se tratando em saúde, temos que nos ajudar”, explicou.
O soro antiescorpiônico seguiu para Santa Cruz por volta das 17h10. Na madrugada de segunda-feira, o menino, que estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), recebeu o primeiro antídoto doado pelo Brasil, para tentar neutralizar o veneno do escorpião.
O antidoto não é encontrado na Bolívia, por isso teve que ser solicitado no país vizinho. Mesmo com as negociações com o Ministério da Saúde do Brasil, o coordenador geral do Sedes (Serviço Departamental de Saúde da Bolívia), Jorge Mendonza, ressaltou a dificuldade até a chegada na cidade de Santa Cruz. “No caminho teve percalços devido às chuvas e depois devido a um bloqueio em Três Cruzes, onde felizmente deixaram passar, pois era questão de tempo até que chegasse o remédio para salvar a vida da criança”, disse.
O secretário de Saúde e Desenvolvimento Humano do Interior, Edil Toledo, responsabilizou o Ministério da Saúde da Bolívia pela falta de antídotos e apresentou documento comprovando que foram os profissionais de saúde do Governo de Santa Cruz que conseguiram com as autoridades brasileiras, cinco doses do antídoto. “Pelo bom relacionamento com o Brasil, conseguiu-se o antídoto, estes são os exames e (no Ministério da Saúde) eles têm o descaramento de dizer que tomaram as providências”, disse.
“A criança faleceu. Aqui estão todos os meus colegas que trabalharam dia e noite desde o fim de semana, mas infelizmente o paciente teve um problema cardíaco, duas cirurgias como histórico de um problema congênito. Devido à picada de escorpião, houve uma reação anafilática”, explicou Toledo.
Os familiares lamentaram a falta de medicamentos no país, levando-os em peregrinação em busca do medicamento, pedindo ajuda e até viajando para fora do país por meios próprios.
Com informações do Diário Corumbanese.
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