Mesmo não causando prejuízos nos pontos comuns de alagamento, a chuva que ocorreu sobre a Capital na manhã de ontem (7) causou problemas em algumas regiões da cidade, como bairro Nova Campo Grande e principalmente no bairro Riviera Park, próximo ao Portal Caiobá. No local, a rua se transformou em uma verdadeira bacia, com pequenos rios por quase todas as ruas do bairro, que se tornaram intransitáveis.
De acordo com o meteorologista Natalio Abrahão, os volumes de chuva divididos por regiões na Capital foram: Jardim Panamá 11,4 mm, Vila Santa Luzia 57,8 mm, Aeroporto 39,4 mm e Carandá Bosque 19,6 mm. A equipe de O Estado esteve no bairro poucos minutos após o fim da chuva, e de acordo com moradores do local a água baixou rápido, pois pouco tempo antes a rua se encontrava submersa nas águas embarradas da chuva, situação comum no bairro.
Larissa Cabral, 26 anos, mora no local desde 2019, e explicou à reportagem que, durante todo o período de chuva, os moradores permanecem ilhados em suas casas, pois mesmo quando as chuvas param o lamaçal continua e isso impossibilita a saída das residências, mesmo que seja apenas para pegar o ônibus que passa do outro lado da rua.
“Quando nós compramos aqui, eles disseram que entregariam tudo asfaltado, depois passou para a prefeitura e ficou aqui esquecido o bairro. É uma luta porque a gente fica pedindo cascalhamento pelo menos, porque aqui é linha de ônibus né, precisava ter um asfalto. Antes não ficava tão ruim assim, só que agora devido ao ônibus passar aqui vai piorando a situação. Aí a gente vive nisso, hoje de manhã estava aquela chuva forte, eu sei que tava um rio aqui que nem a pé o pessoal conseguia passar. Isso aqui não seca nunca, porque nesses últimos meses não tem parado de chover, aí todo vez fica assim, a gente não consegue nem ir na conveniência que já atola no bairro”, disse Larissa.
Para a outra moradora, Maria Irene, 60 anos, o problema é um pouco mais sério, pois ela já escapou várias vezes de queda em razão da situação das ruas em dias de chuva. Ela conta que não aguenta mais a situação e que viver dessa maneira chega a ser desumano.
“Eu fui arriscar de sair de casa para ir na conveniência e quase que eu caí. É muito difícil aqui, para fazer compras assim essas coisas não têm como. Hoje ele pegou o carro, e eu falei compra lá o que tem que comprar porque não dá pra sair. Eu me arrependi, amargamente de tá morando aqui, estou aqui há três anos e não melhora nada, toda época de chuva é este transtorno. Esses dias eu precisava descer do ônibus e aí no meio dessa água toda, como faz para descer?”, desabafa Maria.
A chuva que começou pouco antes das 6 da manhã, além dos prejuízos nos bairros, a reportagem também flagrou uma tubulação de esgoto entupida que transbordou em um trecho da Avenida Ernesto Geisel, entre as avenidas Rachid Neder e Euler de Azevedo.
A Defesa Civil Municipal mapeou os possíveis locais de alagamento, estando entre eles a Av. Calógeras; Gunter Hans; Rachid Neder; Avenida Professor Luiz Alexandre com a Mato Grosso; Rua Ivan Fernandes com a Avenida Professor Luiz Alexandre; Avenida Campestre com a Thyrson de Almeida; Via Parque e rotatória da Coca. Além de bairros como Jardim Noroeste, Jardim Canguru, Jardim Imá, Los Angeles, Jardim Oliveira, Vila Nasser, Monte Castelo, que dessa vez não apresentaram problemas de alagamento.
Por Camila Farias – Jornal O Estado do MS
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