Na manhã desta quarta-feira (26), o Exército de Israel matou nove palestinos, incluindo uma mulher idosa, durante uma incursão ao campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada. De acordo com testemunhas e médicos, outros 15 palestinos ficaram feridos, quatro deles em estado grave. Do lado israelense não houve baixas.
Segundo o Ministério de Saúde palestino, as forças israelenses lançaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo na ala pediátrica de um hospital, que teria causado asfixia em algumas crianças.
O Exército de Israel nega que o ataque tenha sido deliberado. “A operação ocorreu relativamente perto de um hospital e é possível que o gás tenha entrado por uma janela aberta”, afirmou um porta-voz da organização.
Segundo o exército israelense, o envio de tropas para Jenin tinha o objetivo de “deter membros do grupo armado Jihad Islâmica”, que supostamente, eram suspeitos de terem planejado e levado a cabo uma série de “ataques terroristas”. Em nota, também afirmaram que ao menos um palestino foi detido durante a operação.
A Jihad Islâmica confirmou ter entrado em conflito com as tropas israelenses, que teriam adentrado a fundo no campo de refugiados – algo incomum dentro do local conhecido como reduto de militantes armados.
O Hamas, outro grupo militar que reivindica a emancipação palestina, declarou que seus homens também participaram dos enfrentamentos. Ambos os agrupamentos são considerados terroristas pelos Estados Unidos e União Europeia.
A quantidade de mortes decorrente do episódio – a maior em Jenin em anos – fez com que a Jihad Islâmica ameaçasse dar um fim à trégua negociada com Israel em agosto do ano passado, após ataques na Faixa de Gaza, que deixaram mais de 40 palestinos mortos. “Contatamos mediadores e afirmamos que o que está acontecendo em Jenin é uma guerra de Israel contra o povo palestino”, afirmou um porta-voz da Jihad Islâmica.
Baixas palestinas
O Ministério de Saúde da Palestina afirmou que ao menos 29 palestinos, entre soldados e civis, foram mortos por forças israelenses na Cisjordânia desde o início deste ano. A pasta afirmou ter convocado uma reunião de emergência com OMS (Organização Mundial da Saúde)) e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Jenin tem sido palco de sucessivas incursões de Israel ao longo do último ano. A violência contínua tem adiado ainda mais a realização de negociações sobre a criação de um estado Palestino patrocinadas pelos EUA.
O impasse também tem aumentado o apoio dos palestinos ao Hamas e à Jihad Islâmica, que recusam a mera coexistência com Israel. Enquanto isso, o novo governo de ultradireita do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu inclui membros opostos à criação de um Estado Palestino.
Com informações da Folhapress e do Palestina Hoy
Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.
Leia também:
Operação militar de Israel na Cisjordânia deixa 1 morto e 13 feridos