Com histórico de violência, homem que atropelou esposa com caminhão guincho é preso

Foto: João Gabriel Vilalba
Foto: João Gabriel Vilalba

Foragido desde outubro de 2022, por tentativa de feminicídio contra a esposa, Michel Geraldo Amorim Gomes, de 30 anos, foi encaminhado esta semana para a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Campo Grande, após ser encontrado e preso em Santa Catarina. Ele é acusado de jogar um caminhão guincho em direção a vítima. 

Michel estava foragido desde o ano passado, quando atropelou a esposa, de 35 anos, com um caminhão guincho. De acordo com as informações da polícia, o casal havia discutido na noite anterior, em uma conveniência, e devido ao comportamento agressivo do marido, a vítima foi dormir na casa da irmã. 

De manhã, ao retornar para casa, a vítima foi agredida por Michel, que pensou que ela havia passado a noite em uma festa. Ao tentar fugir da casa em uma motocicleta, ela foi atropelada por um caminhão guincho, conduzido pelo autor do crime. Na época ele foi preso e ouvido na delegacia, mas foi solto devido ao período eleitoral, conforme explicou a delegada titular da Deam, Elaine Benicasa, realizou coletiva juntamente com a delegada Rafaela Lobato, responsável pelas investigações, em coletiva realizada na manhã de hoje (18).

“Esse caso ficou conhecido como o ‘Caso do caminhão de guincho’, que o Michel, em sua última empreitada em relação a violência doméstica, teria jogado um caminhão de guincho em direção a vítima. Foi uma situação grave, desde de outubro nós estávamos atrás dele. Infelizmente, no momento em que conseguimos que saísse o mandato de prisão dele, estávamos em uma época em que não poderíamos cumprir, devido ao período eleitoral. Este período nos trouxe um certo bloqueio e foi suficiente para que Michel se organizasse e fosse para outro estado. Mas diante algumas diligências e investigações, conseguimos localizá-lo e ele foi capturado na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina. Ele ainda estaria trabalhando com o serviço de guincho no local”, explicou a delegada Rafaela Lobato.

Michel é reincidente em crimes contra a mulher. Além de jogar um caminhão-guincho em direção a esposa, que ficou gravemente ferida mas sobreviveu, em 2021 ele a perseguiu, em posse de uma arma. Além disso, ele tem registro por crimes de injúria, lesão corporal, difamação e ameaças, cometidos contra uma ex-parceira, em 2015. 

A delegada Rafaela ainda relata que o autor possui um comportamento violento e que não compreende a severidade dos crimes que cometeu, dizendo inclusive que estava em outra cidade em busca de um emprego com carteira assinada e de um recomeço. 

“Ótimo, muito bom para você, mas isso não apaga o fato que ele tentou matar uma mulher por duas vezes. Ele cometeu um crime e deve ser responsabilizado, independente da atitude que ele teve depois. E depois que ele pagar o que fez, se ele quiser recomeçar, que recomece”, destaca.

“Nas investigações tivemos as testemunhas que favoreceram a versão da vítima, e as testemunhas que favoreceram a versão do autor. Mas as que favoreceram a versão dele forma os familiares, e diante todas as apurações que nós realizamos, tivemos a conclusão do nosso relatório, que ele teria cometido com dolo, porque ele reconhecia a moto e o capacete da vítima, foi na esquina da casa dos dois, então várias circunstâncias colaboraram para chegarmos a essa conclusão”. 

Ela ainda destaca que quando acontece um crime relacionado a violência contra a mulher, é provável que existam sinais anteriores a esse crime.

“Nossa orientação é que a vítima, a qualquer sinal que exista, tente se afastar do agressor, denuncie, peça medida protetiva, represente pelo crime. Porque ai sim a polícia, tendo conhecimento da existência desses sinais, é possível que a gente consiga protege-la”, finaliza.

O autor segue preso na Deam e deve responder por duas tentativas de homicídio, qualificadas por feminicídio, sendo julgado no Tribunal do Júri ao fim do processo. 

Feminicídio

Feminicídio é o assassinato de mulheres por questões de gênero; ou seja, quando a vítima é mulher e quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Em 2015, o governo federal sancionou a Lei 13.104 conhecida como Lei do Feminicídio, que torna o assassinato de mulheres por questões de gênero como um crime hediondo, porém em 2021, o Estado foi o terceiro do país com mais vítimas de feminicídio, tendo registrado 35 vitímas, segundo dados do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).

Serviço:

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100

Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

Casa da Mulher Brasileira

Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na

Rua Brasília, lote A, quadra 2, s/ nº – Jardim Imá – Campo Grande (MS) – Telefone: (67) 2020-1300

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