Sem reajuste, Sindicato dos motoristas “cruzará os braços” a partir de quarta-feira

Onibus
Foto: Wanderson Lara/O Estado

STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) comunicou nesta terça-feira (17), que uma nova paralisação no transporte coletivo de Campo Grande a partir de amanhã (18). A decisão foi motivada devido ao impasse na negociação do reajuste salarial, entre a categoria e o Consórcio Guaicurus.

Conforme a ata da reunião realizada na manhã de hoje, o presidente do Sindicato, Demétrio Ferreira de Freitas, se reuniu com o presidente do Sindicato das Empresa de Transporte Coletivo Urbano do MS (Setur), João Resende Filho e com Gerente executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Luis Strengari para debater as demandas reivindicada pelos motorista, entre elas o reajuste salarial de 16%.

Na ocasião, Resende afirmou que não teria como atender as reivindicação do Sindicato, uma vez que a prefeitura municipal de Campo Grande não definiu a nova tarifa, conforme preconizado nas rodadas de negociação anteriores.

Sem um parecer favorável por parte do Consórcio Guaicurus, Demétrio reafirmou a posição do Sindicato de “cruzar os braços” até que as demandas sejam atendidas e reiterou que a decisão tem o apoio dos motoristas, visto que o tema foi amplamente debatido e que a categoria se sente desrespeitada pelo poder público.

Por sua vez, João Resende afirmou que caso o STTCU não a reconsidere decisão, o departamento jurídico entrará com medidas judiciais para garantir que o transporte público não seja interrompido.

Em um áudio que circula pelas redes sociais, o tesoureiro do Sindicato, William Pereira, explica que a categoria reivindica o reajuste desde novembro do ano passado e que a paralisação é o único meio de pressionar a empresa responsável pelo transporte para que atenda a demanda dos motoristas.

“Hoje teve uma reunião e não avançamos na negociação, conforme foi dito se a empresa não sentar para negociar nós vamos cruzar os braços e paralisar o serviço, porque essa é a única maneira de forças a negociação, ou seja, amanhã não haverá ônibus em Campo Grande, só vamos voltar quando a empresa definir uma vez por todas o reajuste que aguardamos desde novembro. Eles falam que depende da prefeitura, mas não dependemos, nosso serviço é com o Consórcio”, disse.

Aumento da tarifa

Em novembro do ano passado, a Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) apresentou um novo relatório que eleva o valor da tarifa técnica do transporte coletivo para R$ 8,00 em 2023.

O preço repassado hoje aos passageiros é de R$ 4,40, de início a tarifa técnica era de R$ 5,15, mas após judicialização no Tribunal de Contas e assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), o município reduziu o reajuste.

Desde o ano passado categoria reivindica o reajuste salarial de 16%, contudo, empresários pontuam o limite de 6,4%. Em Campo Grande, mais de 120 mil pessoas que utilizam diariamente o transporte coletivo, terão sua rotina afetada caso haja uma nova paralisação.

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