Quando pensamos em um superdotados, imaginamos uma pessoa com grande habilidade intelectual, excelentes desempenhos nas atividades e um futuro brilhante, certo? Mas será que é isso mesmo? O professor neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, identifica o que é mito e verdade em relação às pessoas com elevada habilidade cognitiva.
Todo autista é superdotado? Mito! O cientista especialista que utiliza da própria experiência para ajudar famílias de crianças superdotadas, explicou que não é verdade. “Isso é um mito. Na realidade, a maioria não tem. O que acontece é que, como é comum que pessoas autistas façam testes de Qi, sempre surgirão mais”.
Todo superdotado gosta de xadrez e é bom em matemática? Mito! De acordo com Fabiano, “Se a pessoa não gostar de matemática, ela não vai ser boa em matemática. Se ela não gostar de jogo, por exemplo, ela não vai ser boa no xadrez. Mas, obviamente, se a pessoa praticar vai ter uma facilidade maior”. Além disso, segundo o PhD, as crianças talentosas adoram aprender. O problema é que, às vezes, o que as crianças querem aprender e o que a escola está oferecendo podem ser duas coisas muito diferentes. “Se uma criança não estiver disposta a jogar o jogo da escola, as notas podem não refletir sua habilidade”.
Superdotação é doença? Mito! Conforme o professor, “A superdotação não é doença, muito pelo contrário, está relacionado à evolução da espécie. Para praticamente todas as doenças psiquiátricas, a inteligência é um fator protetivo. Pessoas mais inteligentes e mais bem-educadas sofrem menos desses transtornos e, quando sofrem, o prognóstico é melhor”
O Brasil não reconhece e ampara seus gênios? Verdade! Segundo Fabiano, o Brasil é um país que não tem muito amparo para os superdotados. “O Brasil deveria enxergar melhor esses talentos e investir neles. Uma criança superdotada, por exemplo, precisa estar em séries mais avançadas. E o processo de educação é individual e direcionado. A maioria das escolas não querem ter esse trabalho”.
Crianças superdotadas são peculiares? Verdade! De acordo com Fabiano, aqueles que ensinaram crianças superdotadas por algum tempo reconhecem que alguns de seus alunos podem ter certas peculiaridades. “Essas peculiaridades variam desde a falta de consciência social, a tendência ao perfeccionismo, ficar estressado com coisas aparentemente pequenas, por exemplo”.
Por Bruna Marques – Jornal O Estado do MS.
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