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Comerciantes dos anos 70: “Para ter tradição, precisa ter persistência”

Foto: Nilson Figueiredo

Grupo de empresários contam suas trajetórias e desafios com a atualidade

“Para ter tradição, precisa ter persistência”, esse é o lema de um grupo de empresários da avenida Coronel Antonino, em Campo Grande, desde a década de 70. Enfrentando desafios para se consolidarem no ramo dos comércios e buscando caminhar junto da atualidade, seis empresários contaram ao O Estado sobre suas trajetórias como comerciantes de uma das regiões mais movimentadas da Capital.

Pioneiros nos comércios da avenida, foram muitas as dificuldades para chegar até onde estão. Celebrando 30, 33, ou até mesmo 45 anos de empresa, segundo os comerciantes há muito o que ser feito ainda em cada comércio, para atender melhor aqueles que são fiéis há anos a cada um deles.

Dando continuidade ao negócio da família, Adriano Toscano, mantém a tradição do pão “quentinho” da Padaria Toscano. Fundada em 1977, a padaria conquistou a fidelidade dos moradores da região. “O cliente precisa estar confortável, e querer voltar. São 45 anos de história, e acredito que estamos no caminho certo. Conquistamos muitas famílias, que vem para a padaria como tradição para comer o ‘bolinho de bacalhau’, por exemplo, acabam se tornando memórias criadas em nossa padaria, e com isso, fazemos parte da vida de muitas pessoas, há anos”, destacou Adriano.

Conhecido na avenida, um dos empresários que compõe o grupo, Paulo de Matos revelou o segredo para manter as portas abertas da loja Primordial Embalagens, há 26 anos. “O ingrediente secreto é o comprometimento para com o cliente. O atendimento é a chave do negócio. A confiança é conquistada, de ambas as partes. Partindo desse princípio, construímos um laço com nossos clientes, mas é preciso ter um bom atendimento, um lugar acolhedor, serviço de qualidade, e só então a tradição começa a surgir”.

Compartilhando da mesma ideia, Josué Rodrigues da AgroTouro Produtos Agropecuários, afirma que a fidelidade não é somente por parte do cliente, a empresa também precisa assumir esse papel. “É uma via de mão dupla, e acho que é isso que dá o sentido para nossas empresas estarem tanto tempo no mercado. Temos 25 anos de loja, e com esse grupo, temos muito que aprender ainda”, descontraiu.

Celebrando os 33 anos da loja Elétrica Zan, o empresário Blener Zan vê a transformação da avenida como uma grande conquista. “Se passaram décadas, muita coisa aconteceu. Fazemos parte dessa evolução e temos orgulho em dizer que estamos aqui desde quando não era nada disso. Hoje quem vê a Coronel Antonino movimentada, com variedades, nem imagina como era quando começamos”, comentou.

“Na verdade, a ideia sempre foi desafogar a região central”

Relembrando a origem de tudo, o grupo de comerciantes destacou sobre a união deles quanto ao futuro que almejavam para a região na época que começaram seus negócios. “Acreditamos que era possível fazer daqui uma região tão importante quando o Centro da Cidade. Na verdade, a ideia sempre foi desafogar a região central, e trazer um pouco do fluxo de consumidores para os nossos comércios, com empenho e dedicação, hoje temos um bom resultado”, analisaram.

Mesmo que haja tradição, é preciso acompanhar as atualidades. Entendendo disso, segundo eles, os filhos, e as novas gerações ficaram incumbidos de ajudar nessa missão. “Um dos nossos maiores desafios da vez tem sido a tecnologia, o método de entrega, pedidos imediatos pelas redes sociais. Hoje em dia os clientes pedem e querem o produto entregue dentro de um curto prazo. O que antigamente não tinha isso, então ajuda dos filhos, dos funcionários mais novos, que estão por dentro dessa tecnologia, é sempre bem-vindo”.

Com 30 anos de empresa, Gilson Terto, da Autopeças 2 Irmãos, alega que alguns dos problemas enfrentados lá atrás, ainda fazem parte do cotidiano das empresas, como é o caso da segurança da região. “A questão da segurança é com o que sofremos mais. Precisamos estar sempre nos atualizando, em questão de câmeras, alarmes, e outros métodos para evitar transtornos em nossos negócios”, afirmou ele.

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado do MS.

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