Com alta criminalidade, cachorros se tornam método alternativo de segurança no Estado

Cachorro
Foto: Valentin Manieri

De acordo com o IBGE, nos 49 mil domicílios de MS, pelo menos, um morador já foi vítima de furto

Muitos adotam um cachorro para ter um companheiro a mais na família, porém em Mato Grosso do Sul alguns moradores já pensam no animal como um aliado para a segurança residêncial. De acordo com dados divulgados Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua – Furtos, Roubos e Sensação de segurança 2021, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 44,9% dos lares Sul-mato-grossenses o cachorro é o método mais utilizado contra a criminalidade.

Em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi investigada, pela primeira vez nessa pesquisa, o tema “sensação de segurança”. Os dados foram levantados junto a moradores de 15 anos ou mais de idade, a fim de avaliar a opinião das pessoas sobre suas percepções de (in)segurança.

Apenas em Mato Grosso do Sul, 12 mil pessoas já foram vítimas de roubo no ano de 2021. Na Capital, foram seis mil pessoas vítimas do crime. Ao todo, 49 mil domicílios do Estado tiveram pelo menos uma vítima de furto. Atualmente MS ocupa a 6ª menor quantidade de domicílios em que ao menos um morador já foi vítima de roubo no mesmo período.

O Instituto destacou ainda que os dispositivos, ou medidas de segurança, estão presentes em 659 mil domicílios do Estado, sendo cachorro o favorito contra a criminalidade. Quem sabe bem a importância de ter um animalzinho de estimação como aliado para a proteção é a secretária, Teresa de Jesus, 29, que reside do bairro Vila Piratininga, em Campo Grande. Depois de passar um susto na antiga casa onde morava no mesmo bairro, decidiu adquirir a cachorrinha Maia, da raça Pitbull.

“Tenho a Maia há três anos, eu morava na casa ao lado e um certo dia um homem invadiu a residência, depois disso, eu comprei ela e percebi que desde então, nunca mais tive problemas. Ela é mansa com a gente, mas com os outros, ela intimida. Hoje em dia posso deixar as portas abertas e sem cadeado que quando volto está tudo certo. A Maia guarda muito bem a casa ainda mais quando preciso sair e ficar um tempo maior fora”, destacou.

Alta procura por dispositivos

Outra variável pesquisada foi se no domicílio havia, pelo menos, um dispositivo de segurança ou funcionário de segurança. Do total de 951 mil domicílios pesquisados em MS, 659 mil responderam que existia dispositivo ou funcionário de segurança, enquanto em 292 mil responderam que não existia.

Já em relação ao tipo de dispositivo ou funcionário de segurança, como citado o cachorro ou outro animal representa 44,9% da escolha dos moradores; Muro ou grades altas, cacos de vidro ou arame farpado são 27,2%; Trava, tranca, fechadura reforçada ou grade 24,7%; Cerca elétrica 16%; Alarme ou câmera de vídeo 13,1%; Funcionário contratado para vigilância sinalizam apenas 7,8% dos entrevistados para a pesquisa. Arma de fogo 3,6% e outro 0,4%.

Insegurança

Em 2021, o percentual de pessoas que se sentiam seguras em suas casas atingiu 89,5%, sendo maior do que daquelas que se sentiam seguras em seu bairro 72,1%. Essa proporção é ainda menor em relação à sensação de segurança na cidade onde viviam 54,6%.
Em âmbito nacional, os homens se sentem mais seguros que as mulheres. Além disso, o grau de segurança das pessoas que moravam em áreas rurais superava o das áreas urbanas. No bairro e na cidade, as diferenças eram de quase 14,0 (p.p.) entre áreas rural e urbana.

A pesquisa ainda aponta que as três Unidades da Federação com maior registro, em que domicílio ao menos um morador foi vítima de roubo, foram São Paulo com 334 mil, Rio de Janeiro com 156 mil e Bahia registrando 133 mil. No campo oposto é constatado, Roraima 4 mil, Tocantins 4 mil e Amapá 8 mil.

Por Brenda Leitte e Tamires Santana – Jornal O Estado.

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