Com aumento de casos, 13 estados brasileiros começaram a aplicação em pessoas com imunossupressão
A redução dos casos de COVID-19 nos últimos meses trouxe tranquilidade e a impressão de que a pandemia acabou. Além disso, fez com que muitos brasileiros deixassem de lado os cuidados. Em contrapartida, o surgimento da nova subvariante ômicron e a pouca adesão às doses de reforço das vacinas trouxe uma nova preocupação para o Ministério da Saúde que liberou a quinta dose da vacina.
Na última quinta-feira (10), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) fez um comunicado sobre o aumento dos casos em quatro estados, sendo eles: Rio de Janeiro, Amazonas, São Paulo e Rio Grande do Sul. Segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), o número de testes positivos no varejo farmacêutico subiu 38% em uma semana, com 4.850 diagnósticos no período de 31 de outubro a 6 de novembro..
Em Campo Grande, a Superintendência de Vigilância em Saúde, responsável por acompanhar a evolução da doença no município, alertou para o aumento no número de testes realizados. No dia 7 de novembro foram realizados 31 PCRs, exame-padrão para o diagnóstico, um aumento de mais de 300% se comparado ao mesmo período do mês anterior. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não confirmou nenhum caso da nova variante até o momento.
De acordo com o médico infectologista Júlio Croda, a proteção da vacina dura em torno de seis meses, portanto é ideal que as pessoas tenham uma dose de vacina recente. “Estamos com uma baixa procura de quarta dose e segunda dose de reforço, menos de 40% das pessoas que se vacinaram procuram as unidades de saúde para o reforço e esse número é preocupante, principalmente diante da nova variante”, afirmou.
Em contrapartida, na opinião do médico sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Gonzalo Vecina Neto, a aplicação da quinta dose é contraditória, tendo em vista que, até o momento, não existem evidências de que ela aumente a produção de anticorpos no corpo humano. “Acredita-se que a quinta dose está sendo recomendada porque nós estamos sem alternativas, e perante a queda da imunidade após quatro meses de aplicação, as pessoas com comorbidades ficam mais expostas a riscos”, disse o especialista.
Gonzalo acrescentou ainda que uma alternativa mais adequada seria ter uma quinta dose de uma vacina bivalente, como é o caso do imunizante Pfizer ou da Moderna, que está em processo final de registro na Anvisa e deve ser liberada nos próximos dias, para, a partir de então, termos uma vacina que proteja contra a nova variante, o que, de acordo com o médico especialista, as vacinas atuais ainda não são capazes de fazer.
“As vacinas atuais protegem contra o vírus como um todo, mas não contra a capacidade da ômicron de penetrar nas nossas células. Elas apenas diminuem a probabilidade de mortes e de casos graves da doença”, finalizou.
Início da vacinação
Treze estados já estão aplicando a quinta dose, sendo eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte, Acre, Belo Horizonte, Salvador; Aracaju e Maceió. Por enquanto, o público-alvo é composto de pessoas com imunossupressão.
Por Tamires Santana – Jornal O Estado de MS.
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