[Texto: Por Tamires Santana, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul]
Prestes a completar 15 dias, apoiadores de Jair Bolsonaro não têm previsão de abandonar o protesto
Mesmo depois da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) proferida no último dia 31, que determinou a imediata desobstrução de rodovias e vias públicas, podendo acarretar em multas de até R$ 100 mil por hora, os manifestantes permanecem firmes em frente dos quartéis de Campo Grande e prometem uma grande paralisação no feriado do dia 15 de novembro.
Cabe lembrar que em Campo Grande os protestos tiveram início no domingo (30) em que encerrou o segundo turno das eleições presidenciais, nas quais Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu à Presidência da República para mandato de quatro anos. Inconformados com a derrota, eleitores de Jair Bolsonaro (PL) se reuniram nas ruas de todo o Brasil contestando o resultado das urnas e o sistema eleitoral brasileiro.
Na Capital, a Avenida Duque de Caxias, local onde está localizado o CMO (Comando Militar Oeste), concentra um grande número de manifestantes trajando as cores do Brasil e que seguem equipados com mantimentos como água, comida, barracas para dormir, banheiros químicos e até churrasqueiras.
O manifestante Fábio Vieira da Costa disse, na manhã de sábado (12), para a equipe de O Estado, que está presente na manifestação desde o primeiro dia e que não pretende sair mesmo com a decisão do STF. “A decisão não nos abalou e nós pretendemos permanecer aqui, pois o povo brasileiro está unido e assim pretendemos ficar”,
afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de uma nova paralisação que vem sendo divulgada nos últimos dias, Fábio afirmou que a expectativa é de que a Avenida Duque de Caxias fique lotada, tendo em vista que o dia é considerado um feriado em que muitas pessoas estão disponíveis para apoiar.
SEJUSP IDENTIFICOU PARTICIPANTES
A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirmou na última quarta-feira (9) que cumpriu integralmente a determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, dentro do prazo estipulado de 48h, e que enviou a identificação dos organizadores das manifestações contrárias ao resultado da eleição presidencial, bem como os dados relativos aos veículos que foram utilizados em bloqueios nas rodovias estaduais e manifestações em frente do CMO (Comando Militar do Oeste).
Em nota, a secretaria alegou que “os veículos foram identificados por placas, modelos e logos das empresas e de seus proprietários cadastrados junto ao Detran. As lideranças foram identificadas por meio de operações de inteligência”. Já sobre a desobstrução de vias públicas e rodovias, “no momento não ocorre em Mato Grosso do Sul, onde a trafegabilidade se dá em todas as vias e rodovias”, afirmaram.