Pesquisador aponta falta de estudos em cercado do Lago do Amor

lago do amor
Foto: Nilson Figueiredo/Jornal O Estado

Conforme já antecipado por O Estado, em 26 de outubro, a instalação de cercas ao redor do Lago do Amor foi executada pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), para evitar o descarte incorreto de lixo e acesso do público. No entanto, a medida tem causado transtorno às capivaras que vivem na região e costumavam fazer a travessia pelo local.

A O Estado, o biólogo José Milton Longo, 55, criticou a falta de informações sobre a implantação das cercas no Lago do Amor. “Não temos um posicionamento sobre se eles fizeram um estudo ou não. Ali é uma área de conservação e todos foram pegos de surpresa. Está tendo uma repercussão muito negativa para a universidade”, apontou.

Sobre a cerca como medida para evitar o descarte de lixo, o biólogo discorda. “Acho desproposital na verdade. Não devia ter aquela cerca, não. É mais fácil educar o povo do que educar a capivara. Além de interferir na paisagem”, ponderou.

Para ele, as cercas interferem no comportamento dos animais da região e podem ocasionar acidentes. “Deveria ter tido um estudo mesmo, a capivara é um animal agregado, que vive em bando e convive harmoniosamente com as pessoas. Agora elas tentam voltar, acabam se machucando, expõem elas mais ao risco de atropelamento.”

Para solucionar o problema, o biólogo defende a criação de passagem para os animais. “Uma sugestão seria fazer passagens de fauna, cortar o alambrado para que elas possam transitar. Quanto ao lixo, é mais fácil você colocar mais lixeiras, fazer ações de educação ambiental junto à comunidade e promover uma limpeza de vez em quando no lago”, opinou.

Sobre a protocolação do pedido da abertura de inquérito para apurar o impacto ambiental na região e se houve um estudo que justifique as cercas, no entanto, o MPMS informou que “nas Promotorias de Justiça do Meio Ambiente do MPMS ainda não consta pedido de investigação”.

A UFMS não respondeu aos questionamentos do jornal O Estado.

Por Suelen Morales – Jornal O Estado

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