A chefe da Divisão de Educação explica que são dois os principais fatores responsáveis pelos sinistros
O mês de outubro chegou a metade com sete mortes no trânsito da Capital. Somente na última semana, do dia 12 até este sábado (15), foram três mortes, sendo duas motociclistas e uma pedestre. Os dados são da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e leva em consideração as pessoas que morreram no local do sinistro e as que morreram num período de até 30 dias em decorrência da batida.
Os acidentes ocorreram entre 12 a 15 de outubro, sendo o último registrado na madrugada deste sábado. Graciele Rosa da Silva Pereira, de 33 anos, morreu após bater um em veículo parado no semáforo nos cruzamentos das avenidas Presidente Vargas e Duque de Caxias, na Vila Alba na Capital. Segundo o boletim de ocorrência, o caso aconteceu por volta das 3h da madrugada do sábado (15), e o veículo atingido era um Fiat Pálio. Ainda segundo o registro policial, a condutora do Pálio disse que “estava parada no sinal vermelho e percebeu pela pancada”.
O socorro foi acionado, mas ao chegar no local a vítima já estava morta. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro como acidente de trânsito provocado pela própria vítima. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que a mulher provocou o acidente. Por meio delas, foi possível perceber a força do impacto da batida, já que a motocicleta estava em alta velocidade.
Pelas imagens também é possível ver que o veículo, aparentemente, não tinha luz traseira e estava com a luz do farou desligado. Laudos apontam que a vítima estava sozinha na motocicleta e na pista de rolamento, segundo a Perícia Científica, não havia sinais de frenagem.
A outra morte ocorreu na madrugada da última quinta-feira (13), Michelli Alves estava conversando na calçada de casa com uma conhecida, a quem prestava ajuda, quando as duas foram atropeladas por um Renault Sandero, conduzido por um motorista bêbado, na Avenida Fábio Zahran.
Segundo relatos, os filhos de Michelli presenciaram o acidente. O motorista, Charles de Goes Júnior, de 30 anos, tentou fugir, mas acabou preso em flagrante, após um familiar da vítima subir no capô para impedi-lo, este que também ficou ferido. Charles realizou o teste do bafômetro, que resultou em 0,83 miligramas por litro de ar expirado. Inclusive, a Justiça decretou na última sexta-feira (14) a prisão preventiva de Charles, quando passou por audiência de custódia.
No dia anterior, na tarde de quarta-feira (12), Karolayne Talia Oliveira de Souza, de 23 anos, pilotava uma motocicleta Honda Biz pela Avenida Nelly Martins sentido Avenida Afonso Pena quando, segundo testemunhas, atingiu a lateral do veículo Gol que furou o sinal vermelho.
O condutor do carro, identificado como Fábio Mendes Gondim, de 35 anos, colocou a culpa na jovem e disse que ela teria furado o semáforo. No local, ele foi submetido a teste de alcoolemia que aferiu o valor 0,24 miligrama por litro de ar expelido, teor alcoólico abaixo do valor mínimo que configura o crime de embriaguez ao volante. Ele foi autuado por homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Dados
Dentre os meses pertencentes ao segundo semestre, outubro é o que regista o maior número de casos, seguido por julho com seis mortes, agosto com quatro registros, e setembro com dois. Ainda conforme dados da Agetran, neste ano 65 pessoas perderam a vida no trânsito da Capital. Já em comparação com o ano passado, o mês de outubro apresenta um aumento de 133%, isso porque em outubro de 2021 foram registradas três mortes.
De acordo com a chefe da Divisão de Educação da Agetran, Ivanise Rotta, são dois os principais fatores responsáveis pelos acidentes, segundo o Grupo de Análise de Acidentes de Trânsito. “Sabemos qual é o nosso problema em Campo Grande quanto a isso, e quais os principais fatores de risco. Enquanto o campo-grandense não entender que conduzir embriagado ou acima da velocidade da via é algo grave e de extremo caso, continuaremos colhendo esses números expressivos de perdas. Os condutores precisam respeitar o limite de velocidade permitido nas vias e ter a consciência dos danos fatais da embriaguez ao volante”, destacou.
Por Brenda Leitte e Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS.
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