Valorização da tabela Fipe, histórico de ocorrências e idade do segurado são alguns dos fatores que encareceram o serviço
Por Evelyn Thamaris
Concentrando tendência de alta nos últimos meses, arcar com seguro veicular anda pesando no bolso dos campo-grandenses. Prova disso é que o preço do serviço subiu até 80% em algumas seguradoras da Capital, em um ano.
O percentual representa o valor para uma camionete S10, ano 2021/2022, que custava R$ 5 mil no ano passado, e passou para R$ 9 mil, conforme dados da empresa Novo Seguro Administração e Corretora de Seguros.
“O aumento ocorreu a nível nacional, já que as corretoras de seguros foram um dos ramos a segurar preços, optando por não reajustar valores devido ao momento econômico delicado”, frisa a corretora responsável pela Novo Seguro, Camilla Scherer.
A profissional salienta que a circunstância se dá devido às condições atuais. “Tudo aumentou, automaticamente estamos tendo que reequilibrar o caixa, sendo necessário um ajuste elevado, que está impactando o consumidor que não estava preparado”.
Outro exemplo citado pela corretora de seguros, no caso de um modelo Pegeout 408, a apólice custava R$ 2,1 mil e passou para R$ 3,4 mil, ou seja, elevação de 61,90%.
O publicitário Henrique Theotônio, de 36 anos, proprietário de um modelo Pegeout, revela que renovar o seguro esse ano, ficou para segundo plano. “Com o preço que obtive, ficou impossível pagar. Pagava quase R$ 2 mil e esse ano praticamente R$ 4. Não deu!”, desabafa.
“Tivemos casos terríveis, onde apólices custavam em torno de R$ 1,7 mil e hoje chegam a R$ 5 mil, triplicando de valor”, enfatiza Simoni Farias, de 40 a nos, gerente do setor de seguros veicular da VPS Seguros em Campo Grande.
Na M&E Corretora de Seguros Ltda., o veículo modelo Traker 2021/2022 saiu de R$ 2,2 mil para R$ 3,9 mil, aumento de 77,27%. E ainda um Polo 2019/2020 que atualmente tem uma apólice no valor de R$ 2,2 mil e anteriormente custava R$ 1,6 mil. Neste caso, o reajuste foi de 37,50%.
“A valorização dos veículos tendo como parâmetro a tabela Fipe interfere, bem como o perfil do condutor e o pós-pandemia”, explicou a proprietária do local, Eliandra Ramos Gonçalves.
Para a profissional, os fatores econômicos de um modo geral têm contribuído para elevação de praticamente tudo, o que não seria diferente para o setor, já que se trata de uma cadeia de preços.
Consequência
A corretora de seguros, Simoni destaca uma série de fatores que podem ter influenciado na elevação de valores. “A valorização dos veículos em até 40 % com certeza é um deles, isso influencia diretamente nos preços dos seguros. O Pós-pandemia interferiu no índice de sinistralidade, que é quando é necessário acionar o seguro por acidente onde o condutor está errado. Um aumento significativo que também impactou o cenário” ressalta.
Além disso, a profissional também relata sobre a dificuldade real de se encontrar peças para determinados modelos. “Com a escassez, demora mais, encarece o serviço que é arcado pela seguradora, quando acionado a franquia da apólice”, complementa.
A variação de valores depende muito do bônus que o cliente acumula, além do nível do score. Além disso, também é considerado o ano do veículo, preço, idade do segurado, situação do CPF, estado civil e o histórico de ocorrências. Bem como, onde o carro fica estacionado.
De acordo com o IPSA ( Índice de Preços do Seguro Automóvel), o seguro ficou estável em agosto, com 6,6%. Se comparar há 1 ano, o índice acumulou 34,7%.