Novos investimentos, mudanças no governo e expansão populacional marcaram o período consolidado no Estado
No dia 11 de outubro de 2022 comemoram-se os 45 anos da divisão dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e desde então MS tem se desenvolvido cada vez mais, traçando uma bela história de conquistas. Para comparar com a jornada da sua população durante estes anos, o jornal O Estado conversou com a professora Zíbia Barreto, que nasceu poucos meses antes da divisão e compartilhou com o jornal O Estado acontecimentos importantes desta trajetória vivida em terras sul-mato-grossenses.
A professora Zíbia Barreto nasceu em 18 de julho de 1977, primeira filha de Rosângela e do militar Sérgio Barreto, e viveu os primeiros anos de sua vida em Mato Grosso do Sul. Em paralelo, somente em 11 de outubro do mesmo ano é que o presidente Ernesto Geisel assinou a Lei Complementar nº 31, dividindo Mato Grosso e criando o Estado de Mato Grosso do Sul.
Em 1979, aos 2 anos de idade Zíbia mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro, em 1982, aos 5 entrou na escola. Ela conta que, por volta do ano de 1986, se esforçava e estudava muito para poder vir passar as férias em Campo Grande, quando ficava hospedada na casa de uma tia no bairro União. “É uma coisa que eu nunca me esqueço, eu estudava muito para fechar as notas no terceiro bimestre para poder vir para a casa da minha tia, quando meus pais chegavam, nós íamos de trem para Porto Esperança e depois íamos para Corumbá, e todos os anos era isso”, recorda Zíbia.
Nessa mesma época, de acordo com o professor de História Marcelo Garcia Rosa, no dia 1° de janeiro de 1979 o presidente militar da época, Ernesto Geisel, interveio na escolha do governador do novo Estado de Mato Grosso do Sul. O escolhido foi o profissional da engenharia, gaúcho, Harry Amorim Costa. O governo foi marcado pela aliança com os militares e com os ruralistas responsáveis pela divisão do estado.
Já em 1982 ocorreu a primeira eleição governamental do Estado e o vencedor foi o senhor Wilson Barbosa Martins que, durante seu governo, alinhado com o então presidente militar João Baptista Figueiredo, tentou implantar setores industriais, mas sem sucesso. Nas áreas sociais foi pouco atuante. Em 1986, Ramez Tebet assume o governo até 1987 no lugar de Wilson, que saiu candidato ao Senado. Em 1984, ano das “Diretas Já”, e da eleição de Tancredo Neves, morto antes de sua posse, foi o momento de explosão do PMDB. Partido que cresceu muito e foi o da grande maioria dos governadores de MS.
Após 11 anos morando no Rio de Janeiro, em 1990 Zíbia volta a Campo Grande, e estudou em colégios como o Master, da rede estadual. Em 1994 aconteceu a separação de seus pais, outra mudança na vida da família. No ano seguinte, aos 18 ela entrou na faculdade e passou a fazer parte de um grupo de teatro, que recebeu apoio da Secretaria de Cultura.
No Estado, no ano de 1989, aconteceram as primeiras eleições diretas para presidente e para governadores e o candidato que ganhou foi Pedro Pedrossian, que assumiu em 1990, e passou a governar o Estado de Mato Grosso do Sul a partir de então. Esse ano foi marcado por uma crise econômica, por conta dos confiscos, das contas e tal, e isso vai gerar uma crise econômica que afeta também o Estado de Mato Grosso do Sul, no setor da agricultura e pecuária.
Em 1997, o marco foram as eleições governamentais em que Zeca do PT (Partido dos Trabalhadores) levou a melhor e derrotou Ricardo Bacha, no segundo turno. E o PT a partir de então à frente da Governadoria do Estado começa a colocar as contas novamente em dia após a crise. Foi um período marcado pelo retorno do crescimento das atividades econômicas e pelo grande incentivo à cultura no Estado.
Enquanto isso, no mesmo ano, Zíbia engravidou de sua primeira filha, Carla Rebecca, que nasceu no ano seguinte, cursando a faculdade e viajando com o teatro ela precisou se afastar dos livros e dos palcos para se dedicar a essa nova vida que acabara de gerar. Em 2000, Zíbia se casou com Flávio, também militar, e após dois anos teve sua segunda filha, Flávia Eduarda.
Marcelo aponta também que, em 2000, Zeca do PT se tornou o primeiro governador a ser reeleito da história de Mato Grosso do Sul e isso se torna um marco importante, já que em 2002, nas eleições presidenciais, Lula vence e pela primeira vez o PT também assumiu a Presidência do Brasil. E aí foi um governo interessante porque foi uma parceria muito grande do Zeca com o Lula, inclusive para o desenvolvimento da economia.
O ano de 2009, na vida da personagem, foi um ano muito conturbado: após ir morar em Corumbá, Zíbia precisa voltar às pressas para Campo Grande, pois estava grávida de sua terceira filha, Rafaela, e apresentou um quadro de incompatibilidade sanguínea. Rafaela nasceu no Hospital Regional da Capital e permaneceu durante um mês na UTI Neonatal. “De toda a minha vida, problemas e situações difíceis que eu passei, o nascimento da Rafa foi o momento mais tenso, eu passei um mês indo ao hospital todos os dias, chegava às 5h e ia embora às 20h, não conseguia amamentar ela, foi a pior parte da vida para mim”, relembrou. Enquanto isso no Estado, André Puccineli vencia as eleições para governo, que foi marcado pela manutenção de condições financeiras e focado no agronegócio.
Na vida de Zíbia, o ano de 2012 foi marcado pela mudança: ela e a família foram morar em Belo Horizonte, onde ela realizou um de seus sonhos, que foi abrir sua empresa de festas. “Em BH foi um sucesso, abrimos a Zizi Festas e em poucos meses já estávamos fazendo festas de segunda a segunda, algum tempo depois abrimos o segundo salão, e nesse tempo houve diversas conquistas. Os 15 anos da Rebecca (2013), da Flávia, a entrada da Rebecca para a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), eu lembro de BH como um lugar de crescimento profissional”, comemorou. Em 2017, após a família voltar para Campo Grande, o marido de Zíbia foi convidado a participar de uma missão para o Líbano, pela ONU.
Em 2013, Mato Grosso do Sul disputou com Mato Grosso para ser uma das sedes da Copa do Mundo no Brasil em 2014, onde foi investido muito dinheiro para tentar vencer Cuiabá e se tornar sede da Copa, o que não aconteceu.
Em novembro de 2019, Zíbia realizou o sonho de muitos brasileiros, que é uma viagem internacional. Ela e o marido fizeram uma viagem de um mês pelo norte europeu. Eles passaram pelas cidades de Madri, Atenas, Santorini, Turquia, Moscou, Kiev e Portugal, e retornaram a Campo Grande pouco antes do fechamento das fronteiras e da paralisação dos voos por conta da pandemia que começou em 2020.
Em julho de 2022, Zíbia casou no religioso, vestida de noiva como manda o figurino. “Eu já nem sonhava mais, pois são tantas coisas que acontecem que acabamos deixando o nosso sonho de lado, mas deu certo e foi um dia maravilhoso, para mim, para o Flávio e para todos que participaram conosco”, finaliza.
Para Mato Grosso do Sul, 2019 foi um ano muito importante, pois foi um ano de participação do Estado no governo federal, com a participação dos ministros do governo de Jair Bolsonaro. A Tereza Cristina como ministra da Agricultura e o Henrique Mandetta como ministro da Saúde. Porém, nas questões do Estado, foi um ano marcado pelas queimadas na região do Pantanal. “Foram até muito questionadas a não participação do governo em relação ao combate contra essas queimadas no Pantanal. Foram atos muito falhos nessas questões ambientais”, pontuou Marcelo.
E, finalmente, 2022 será marcado pelo fim do mandato do Governo Azambuja, que coloca o seu candidato a sucessor no segundo turno contra a surpresa da eleição, que é o Capitão Contar, representante do governo de Jair Bolsonaro.
Por Camila Farias – Jornal O Estado do MS.
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