De acordo com a ONG dos Direitos Humanos do Irã, com sede na Noruega, ao menos 133 pessoas morreram como consequência das repressões as manifestações pela morte de Mahsa Amini. Uma jovem que foi detida por não estar usando o hijab, tradicional véu islâmico.
A declaração foi feita neste domingo (2), pelo diretor da ONG, Mahmud Amiry-Moghaddam. Ele também afirmou que a comunidade internacional tem o direito de investigar e impedir que outros crimes desse tipo sejam cometidos no país.
No mesmo dia do anuncio feito pela ONG dos Direitos Humanos, diversos parlamentares iranianos gritaram “obrigado, polícia” durante uma sessão do órgão, em uma demonstração de apoio ao governo e suas atitudes.
O Irã tem passado pela maior onda de protestos desde 2019, quando a população foi para as ruas contra o aumento no preço da gasolina.
Sobre a morte de Amini
As manifestações tem se espalhado pelas 31 províncias do país, após a Mahsa Amini falecer dia 16 de setembro, depois de ter sido detida pela policia da moralidade por não estar usando o hijab, véu islâmico utilizado para cobrir o cabelo. Durante o período em que ficou presa, a jovem precisou ser internada e veio a óbito, após ficar três dias em coma.
As autoridades de Teerã afirmaram na época que a jovem teria tido um ataque cardíaco, após ser levada à delegacia para ser “convencida e educada”. Familiares da vítima negam que Amini sofria de algum problema cardíaco.
Após a divulgação da sua morte, manifestantes e a família de Mahsa acusaram a polícia de terem espancado a mulher e provocado a sua morte e com isso, começaram os protestos que estão sendo atualmente repreendidos.
A polícia da moralidade, responsável por fiscalizar o uso do véu por mulheres no Irã, que é obrigatório, já vem sendo criticada pelas suas intervenções violentas. O código de vestuário está em vigor no país desde a revolução islâmica, em 1979, onde as mulheres começaram a ser obrigadas a cobrir o cabelo com o véu e usar roupas largas para encobrir o formato de seus corpos. Aquelas que descumprirem a norma enfrentam repreensões públicas, multas e até mesmo a prisão.
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