Dois homens de 22 e 29 anos e uma mulher de 19, foram presos em flagrante na manhã desta quinta-feira (1º) por estelionato e associação criminosa. Os criminosos comercializavam falsas cotas de consórcio para aquisição de imóveis e veículos em uma sala comercial de um edifício localizado na Rua 15 de Novembro, no Centro de Campo Grande.
Delegado da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), Reginaldo Salomão explica que o golpe era aplicado por meio do marketplace, ao clicar no anúncio a vítima é redirecionada a um número de WhatsApp e o golpista a convence a ir até o escritório para negociar a venda. Ao chegar no escritório a vítima é informada que aquele bem já foi vendido, porém, existem outros veículos e imóveis disponíveis e logo oferecem um autofinanciamento.
Salomão ressalta que o golpe é divido em duas partes, na primeira a pessoa é induzida a acreditar que está adquirindo um bem que estará em sua posse em até três dias.
“As cotas de consórcio existem, a pessoa é inserida em um grupo de consórcio acreditando que tá adquirindo um bem que estará em posse daqui a dois ou três dias porque a alegação é que a empresa adquire cotas contempladas. Normalmente a pessoa faz um empréstimo para dar um uma entrada, mas não tem condições de pagar a parcela, quando ela descobre que comprou uma cota de consórcio pela legislação você só pode pegar a sua parte de volta depois de cinco anos descontado da administração”.
Na segunda parte é onde ocorre a associação criminosa, quando os golpistas adquirem um alta quantia em dinheiro mudam o local e nome da empresa.
“Eles não possuem autorização para trabalhar com consórcio e não escrevem a vítima em nenhum tipo de grupo, eles simplesmente se apoderam do dinheiro, criam um número fictício, simulam a conversa com a matriz e vão enrolando a vítima naquele endereço, quando eles chegam a R$ 40mil, R$ 50mil eles entregam a sala e partem para outro local e mudam as funções e assim eles rodam pelo centro fazendo diversas vítimas”, explicou.
O trio foi descoberto após uma das vítimas procurar o Procon para registrar a denúncia, a vítima sabia o local onde o suspeito estava e informou aos policiais que efetuaram a prisão em flagrante no momento em que o trio tentava aplicar o golpe em um casal.
“Eles tinham um script onde constava que para nunca falar a palavra consocio, sempre trocar por aquisição de carta, de contemplação autofinanciamento e com isso a pessoa era induzida a comprar”.
Para evitar golpes Reginaldo Salomão orienta que a população pesquise o histórico da empresa antes de fechar o negócio.
“A empresa têm obrigação de fornecer o CNPJ, porque ela tem que ter o CNPJ para ter o alvará de funcionamento. Em caso de dúvida, a pessoa pode procurar orientação aqui no PROCON ou na Defensoria Pública. Na página do Banco Central têm o campo para consulta, é só jogar o CNPJ da empresa e vai aparecer se essa empresa está autorizada ou não. Nós temos uma gama de empresas que estão no mercado há mais de trinta anos e que tem representação no país e até fora do país não têm o porquê escolher uma salinha qualquer, procurem uma empresa que já está no mercado para não cair em golpe”, finaliza o delegado.
Conforme a Decon, a empresa utilizada pelo trio não possui autorização do Banco Central para atuar na área, após o flagrante a empresa foi lacrada pelo Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor), os policiais também apreenderam
Serviço:
Todo cidadão que se sentir lesado em sua relação de consumo, tem à disposição um número de telefone para denunciar problema. Basta discar 151. O Procon\MS está à disposição das 07h até as 18h30, de segunda a sexta-feira.
Com informações do repórter João Gabriel Vilalba.
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Existe uma empresa que faz a mesma coisa, ali no prédio ao lado do planeta na Afonso Pena. 8° andar. Essa mesma história de consórcio, pega o dinheiro falando que entre 7 a 10 dias o valor da contemplação está disponível para comprar o bem. Puro golpe.