A suinocultura de Mato Grosso do Sul deve receber mais de R$ 1,5 bilhão de investimentos, com recursos provenientes de projetos que estão sendo implantados ou estão sendo executados tanto na produção de leitões e matrizes, quanto na expansão de abate de indústrias em Dourados e São Gabriel do Oeste.
Um dos projetos mais avançados é o da Seara, empresa ligada a JBS. Ela iniciou ampliação para 10 mil cabeças por dia da capacidade de abate de suínos de sua planta, localizada no município de Dourados. Os investimentos diretos da companhia no Estado serão de cerca de R$ 1,2 bilhão, com a geração de 2.500 empregos diretos. Quando estiver em plena atividade, deverá se tornar referência mundial em abate de suínos.
Hoje a indústria tem em torno de cinco mil funcionários e é o maior empregador de Dourados. A empresa já obteve do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) a licença ambiental para as obras. A previsão é que além do investimento na indústria, sejam aportados mais R$ 800 milhões para ampliar a capacidade de produção dos criadores de suínos, que terão de entregar mais cinco mil animais por dia na unidade industrial.
Na região norte, a Aurora, em São Gabriel do Oeste está investido cerca de R$ 500 milhões com a expansão do abate que hoje é de 3.200 para 5.500 por dia na fábrica. As obras devem iniciar em 2023 e a planta deve estar operando em 2025. A previsão é de geração de até 600 vagas na cidade.
De acordo com o secretário da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, o momento é de expansão na atividade. “Nesta semana estivemos no Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS) com um estande mostrando o potencial destas duas atividades em Mato Grosso do Sul. Saímos bastante animados com a garantia dos empreendimentos e a possibilidade de ampliação de projetos no setor”, avaliou.
Ele lembrou que o estado tem priorizado muito o setor com incentivos como os previstos no programa Leitão Vida. “Nossa previsão é de R$ 1,5 bilhões de investimentos até o próximo ano, com a expansão do abate em indústrias como a Aurora e a JBS através da Seara. E também temos atraído cooperativas do sul do País que são a Alfa, a Copérdia e ampliação da Cooasgo. Toda esta estrutura permite que MS tenha este aumento. Uma atividade sustentável com toda lógica de geração de energia e regramento de sustentabilidade”, enfatizou.
Sidrolândia
Com financiamento aprovado pelo FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), a Cooperativa Agroindustrial Alfa já está instalando uma unidade de produção de leitões em Sidrolândia. A previsão é que 12 mil leitões sejam produzidos por ano no município, que passa a integrar a rota da suinocultura no Estado.
O volume total de recursos aplicados, próximo de R$ 300 milhões, abrange a instalação de uma unidade produtora e de uma fábrica de ração no município, às quais serão destinados R$ 156 milhões e R$ 109 milhões, respectivamente. A cooperativa espera criar 350 empregos diretos com o projeto.
Rio Negro
No mês de junho começou a operar em Rio Negro, uma UPD (Unidade de Produção de Leitões Desmamados) da Fazenda Santo Antônio da Conquista. O projeto utiliza alta tecnologia no trato com os animais, primando pelo bem-estar e a sustentabilidade. O empreendimento tem R$ 19 milhões de investimento, sendo que cerca de R$ 15 milhões foram financiados pelo FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste).
A UPD de Rio Negro tem capacidade acomodar para até 4 mil matrizes e a área total da edificação é de 1,6 hectare. A unidade usa equipamentos de alta tecnologia tanto para manejo dos animais quanto para dar destinação adequada aos dejetos, garantindo a sustentabilidade e impedindo a contaminação ambiental.