Veja livros para celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

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No dia 25 de julho é comemorado duas datas importantes: o Dia Nacional do Escritor e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A escolha do dia 25 de julho para o Dia Nacional do Escritor foi devido ao I Festival do Escritor Brasileiro, ocorrido na mesma data em 1960, no Rio de Janeiro, promovido pela UBE (União Brasileira de Escritores), que tinha Jorge Amado como vice-presidente. A literatura na nacional é rica e tem autores consagrados como Machado de Assis e Clarisse Lispector. Confira quatro receitas que foram inspiradas na literatura nacional e comemore a data.

Já o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha nasceu em 1992, no 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas realizado em Santo Domingos, na República Dominicana, com o objetivo de propor a união entre essas mulheres, denunciar o racismo e machismo sofridos por mulheres das Américas e de todo o mundo.

Desse encontro nasceu a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas. A Rede, junto à ONU lutou para o reconhecimento do dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
Em homenagem à data, o doutorando em Literaturas Africanas e coordenador do Núcleo de Estudos Afro- -Brasileiros e Indígenas da Estácio, Paulo Sergio Gonçalves, indica cinco livros escritos por mulheres negras para incluir nas leituras.

A Dolorosa Raiz do Micondó – Conceição Lima

Conceição Lima, natural de São Tomé e Príncipe, traz em seu sujeito poético a voz de convocação e compromisso, talvez por um legado de suas antecessoras no combate contra o colonialismo português em seu país e em Angola, Guiné Bissau, Moçambique e Cabo Verde. “Embora seja o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, porque não indicarmos um livro de poesias de uma mulher negra africana que nos inspira a levantarmos nossas vozes diante de aparatos sociais predeterminados e com resquícios de colonialismo? Assim é a voz poética de Conceição Lima em seu livro”, contempla o docente.

Poetas Negras Brasileiras – uma Antologia – org. Jarid Arraes

Nesta obra brasileira, podemos navegar pela poesia contemporânea, nascida de vozes femininas negras. O livro apresenta poesias de diversas mulheres e a obra foi organizada pela escritora e pesquisadora negra Jarid Arraes. “Por se tratar de uma coletânea de poetas negras, podemos mergulhar no universo de significações e de apreensões da mulher negra brasileira e suas vivências retratadas e cantadas pelos sujeitos poéticos”, comenta Gonçalves.

O Livro do Avesso – o Pensamento de Edite – Elisa Lucinda

Elisa Lucinda é uma poeta, atriz e cantora brasileira. A obra trata-se de uma deliciosa prosa poética onde a personagem Edite narra sua trajetória feminina, suas paixões, seus desencontros, afetos e amizades por meio de uma narrativa envolvente em um fluxo de pensamentos contínuo. “Uma obra intimista que leva o leitor a um ambiente de escuta e de aprendizado. Imperdível”, aconselha o pesquisador

Kuami – Cidinha da Silva

Cidinha da Silva é uma escritora e historiadora brasileira, que possui vasto acervo de obras, passando por contos, poesia, crônicas, entre outros estilos. Neste romance infantojuvenil, a personagem central da trama é um elefante que, para libertar sua mãe das garras de traficantes de marfim, se une à sereia Janaína. “O enredo envolvente, com personagens marcantes, traz, nas suas entrelinhas, uma forte crítica ao agronegócio, à violência contra os animais e, principalmente, com um pano de fundo muito significativo em relação a resistência e ao afeto. Todas as obras de Cidinha da Silva são imperdíveis”, analisa o professor.

Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem – Maryze Condé

Maryze Condé é uma escritora caribenha, muito reconhecida e premiada. Neste romance, a autora traz à tona a história de Tituba, uma mulher negra que nasceu em Barbados no século 17 e presenciou, ainda muito jovem, sua mãe ser assassinada por um estuprador branco. Tituba também foi uma das primeiras mulheres a serem julgadas por bruxaria em Salem no ano de 1692. “Na obra, a autora, de certa forma, dá voz à Tituba, que foi silenciada pela história branca que contou sobre sua vida. É uma história de mulheres negras da diáspora, uma história de resistência. Inaceitável não ler esta obra”, conclui.

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