Deam confirma a abertura de inquérito para investigar supostos assédios sexuais praticados pelo ex-prefeito

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

Vereador assegurou que Marquinhos Trad nunca o enganou e vai pedir abertura de CPI para o caso

Por Rafaela Alves

A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) confirmou ontem (20), ao jornal O Estado, que abriu inquérito para investigar denúncias de assédios sexuais que teriam sido cometidos pelo ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad. Entretanto, segundo a delegada responsável pelo caso, Maira Pacheco Machado, as investigações estão no início e seguem em segredo de justiça.

“Não tenho ideia de como ocorreu esse vazamento, inclusive, de trechos dos depoimentos que foram colhidos. Por parte da Deam o sigilo está mantido, queremos preservar as vítimas e os suspeitos”, disse para equipe de O Estado.

Isso porque, logo nas primeiras horas de ontem (20), o caso envolvendo o ex-prefeito ganhou repercussão nacional depois do site Metrópoles divulgar uma matéria sobre a abertura do inquérito contendo trechos de um dos depoimentos das vítimas que procuraram a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul para denunciar os crimes supostamente cometidos por Marquinhos.

Segundo a matéria, quatro mulheres procuraram a Delegacia da Mulher para denunciar o caso, sendo que três se sentiram assediadas por Marquinhos e os relatos são parecidos. Elas disseram que passavam por dificuldade financeira e que foram atraídas para o gabinete da prefeitura com a promessa de emprego.

Umas das denunciantes, ainda conforme o que traz o material do Metrópoles, revelou que, em quatro ocasiões, foi até a prefeitura em razão de promessas de emprego feitas por Trad, que nunca se concretizaram. E que, nessas visitas, houve relações sexuais consentidas dentro do gabinete.

Em contato com o ex-prefeito, ele negou a O Estado as denúncias e garantiu que é por conta de liderar as pesquisas para o cargo de governador do Estado. Vale ressaltar que Marquinhos é pré-candidato pelo PSD, inclusive renunciou ao cargo de chefe do Executivo da Capital para disputar as eleições deste ano.

“Não é a primeira vez que usam de baixaria para se manter no poder a qualquer custo. Uma tentativa covarde, rasteira. Estão desesperados porque estamos em primeiro nas pesquisas, mas não conseguirão mudar a vontade da população de dar um basta nesta gente que administra pensando nos próprios interesses e é capaz de tudo para conseguir o que quer”, declarou Trad.

Além disso, ele ainda afirmou que já tentaram isso em 2020 e a própria polícia considerou uma armação. “Sigo com ainda mais vontade de trabalhar por nossa gente, corrigir injustiças, combater desigualdades. Pena os inúmeros casos de corrupção que fazem parte deste e do governo passado não merecerem tanto destaque, ainda que tenham custado vidas e milhões de reais aos cofres públicos”, finalizou.

Política

Mas, segundo o vereador Marcos Tabosa, esse papo de política “não cola” e que vai pedir a abertura de uma CPI e ainda o retorno antecipado do recesso da Casa de Leis, que iria até o próximo dia 23 de agosto.

“Meu jurídico está vendo o que é preciso para pedir a abertura da CPI do ‘Gabinete do Assédio’ e também estou pedindo que retornemos do recesso, isso é muito grave e nós precisamos mostrar que somos uma Câmara forte. Esse papo de eleição é balela, sempre falo que aquela história de Bíblia e Jesus é mentira, o Marquinhos não passa de um lobo devorador”, explanou.

Única vereadora mulher na Câmara, Camila Jara, e também procuradora especial da Mulher na Casa, declarou que nenhum caso de assédio dever ser tolerado, independente de quem esteja sendo acusado. “Que a investigação apure os fatos e, se comprovado o assédio, que o responsável seja punido”, destacou.

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