Capital registra aumento de 4,8% de casos de violência sexual contra menores de 14 anos

Casos de abuso e exploração infantil
Foto: Reprodução/Agência Brasil

Campo Grande registrou um aumento de 4,8% nos casos de violência sexual contra menores de 14 anos, é o que aponta a nova pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quarta-feira (13). O relatório analisou a saúde de estudantes entre 13 a 15 anos do 9º ano do ensino fundamental,  utilizando dados de uma década coletados nos anos de 2009, 2012, 2015 e 2019 pelo PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar).

Todas as capitais brasileiras foram analisadas para a coleta de dados que trata temas como violência, ensino, higiene, uso de drogas e álcool por adolescente de escolas públicas e privadas do 9º ano do ensino fundamental.

Entre 2015 e 2019, Campo Grande registrou um aumento de 4,8% nos casos de violência sexual contra menores de 14 anos, segundo a pesquisa. No ano de 2015, o percentual relatado foi de 27,5%, enquanto no ano de 2019 foi de 32,3%.

Segundo a cartilha “Abuso sexual contra crianças e adolescentes – abordagem de casos concretos em uma perspectiva multidisciplinar e interinstitucional”, do MMFDH (Ministério Da Mulher, Da Família E Dos Direitos Humanos), se caracteriza como abuso sexual qualquer forma de violência que ocorre dentro ou fora do ambiente doméstico.

De acordo com o documento, a relação é marcada pela desigualdade de poder, onde o adulto é o centro; o agressor, que pode ser pais/responsáveis legais, pessoas conhecidas ou desconhecidas exerce dominância em relação a criança e/ou adolescente, anulando as vontades e os tratando-os como não sujeitos a direitos e sim como objetos de prazer e alívio sexual.

Desde 2015 a PeNSE analisa dados sobre a violência sexual. O objetivo é buscar mensurar o percentual de estudantes que alguma vez já foram obrigados a terem relações sexuais, em qualquer momento da vida. O IBGE conseguiu identificar que o adolescente, por falta de maturidade, contexto social ou ensino sexual não consegue compreender o que é uma violência sexual ou se já sofreu algum tipo de violência como toques, beijos inapropriados, ou situações onde houve exposição indevida ou sem consentimento de partes do corpo.

Agressões

Outro percentual que apresentou aumento foi o de menores agredidos por um adulto em Campo Grande. O estudo mostrou que a violência física sofrida por adolescentes por meio de algum adulto, da família ou não, cresceu nos últimos anos na Capital: em 2009 foi 7,9%; 2012 foi de 10,2% e em 2015 os registros ampliaram para 13,3%.

Ainda de acordo com a pesquisa, as agressões sofridas por meninas são maiores do que por meninos. Em 2009, 7,2% de meninos sofreram algum tipo de abuso físico em contrapartida com os 8,6% das meninas. Já em 2015, último ano de dados coletados dessa vertente, foram 14,8% meninas agredidas para 11,9% de jovens do sexo masculino.

É importante destacar que os dados fazem referência ao anos antes da pandemia da Covid-19, e que os cenários pode ter passado por alterações. De acordo com o gerente da pesquisa, Marcos Antonio Ratzsch de Andreazzi, o órgão tem ciência de que não se trata da realidade atual do pós-pandemia. “Se trata de um arcabouço de análise que permite verificar como estava a tendência de determinados fatores que, afetados pela pandemia, podem ter resultado em situações mais graves, que merecem uma intervenção mais clara e, com isso, subsídios para um conhecimento melhor de como agir nesse momento”.

Serviço:

Exploração sexual contra crianças e adolescentes é crime! Denúncias podem ser registradas por meio do Disque 100, no aplicativo Direitos Humanos ou no site da ONDH, os canais de atendimento são gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive feriados e fins de semana.

Colaborou a repórter Lethycia Anjos.

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