Até o início da noite de ontem (22), os senadores que defendem a criação da CPI do MEC buscavam garantir as 27 assinaturas exigidas para apresentar o pedido de abertura de uma investigação. Com a promessa de assinaturas de mais dois senadores, o líder da oposição, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse ter o número exigido.
Para o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, em termos de conveniência e oportunidade, o momento pré-eleitoral é algo que pode prejudicar a comissão parlamentar de inquérito.
“A investigação deve ser isenta e ter o tempo necessário para a apuração a que se propõe. O fato de estarmos muito perto das eleições termina prejudicando o trabalho dessa e de qualquer outra CPI. Talvez seja o caso de submeter ao colégio de líderes esse e outros pedido”, ressaltou.
Porém, Pacheco não descartou a possível criação da CPI do MEC e afirmou que poderá ser analisada pelo colégio de líderes. De acordo com o presidente do Senado, tudo será feito conforme manda o Regimento Interno do Senado.
Milton Ribeiro
O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso na manhã de ontem (22), em uma operação da Polícia Federal que investigava um “gabinete paralelo” dentro do Ministério da Educação. Dois pastores também foram presos por cobrança de propina na liberação de recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Sobre a prisão, Pacheco afirmou que é preciso apurar os fatos de maneira rigorosa, garantidos o direito de ampla defesa e o contraditório. Ele declarou não conhecer os autos do inquérito, mas disse esperar que a Polícia Federal e o Judiciário façam seu trabalho.
“Não quero politizar a prisão do ex-ministro, e espero que o clima entre governo e oposição não prejudique o trabalho dos senadores. As divergências ideológicas na Casa sempre foram civilizadas e nunca comprometeram a produção de pautas em favor do bem comum”, destacou Pacheco.
O presidente do Senado também declarou que sempre considerou Milton Ribeiro uma pessoa de bom trato e bons princípios. Mas reiterou que as denúncias precisam ser investigadas e reconheceu que a prisão preventiva do ex-ministro acaba sendo um fato relevante, embora não determinante, para a abertura de uma CPI.
Com informações da Agência Senado
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