Por Bruna Marques – Jornal O Estado MS
A comunicação é a base que medeia todos os relacionamentos humanos, sejam eles amorosos, de trabalho, familiar ou de amizade. A princípio, o modelo de diálogo entre as pessoas estava consolidado, com a linguagem oral e escrita.
A psicóloga e docente do Curso de Psicologia da Estácio Sarah Kurz explica as características das formas de se comunicar e suas variadas nuanças.
“A palavra dita pessoalmente traz como características o tom da voz, a expressão do corpo, uma série de sinais que são captados e compreendidos em conjunto. Mas, quando eu passo para a comunicação escrita, eu me restrinjo um pouco mais. Eu fico preso à palavra e como essa palavra é disposta”, disse.
Sarah expõe que a pandemia trouxe um isolamento nas relações e que foi preciso usar outras ferramentas digitais como o WhatsApp. As chamadas de vídeo também passaram a ser utilizadas com frequência.
“Existe uma série de instrumentos que vão mediar essas relações e é preciso entender que, para além dos aspectos da comunicação, existem os aspectos socioemocionais. Por exemplo, eu falo uma coisa, mas quero dar a entender outra. É a famosa indireta”, explicou.
A psicóloga explica que os casais tiveram de se adaptar ao novo normal e que com a pandemia foi preciso se acostumar com as novas ferramentas, pois o contato face a face foi perdido. Ela argumenta que existem questões práticas da comunicação que são subjetivas e que devem sempre ser levadas em consideração.
“Muitos casais começaram a se relacionar nesse período e só depois é que vieram a se conhecer pessoalmente. No chamado novo normal, as relações ganharam inúmeras configurações”, comentou.
Pontos importantes na comunicação do casal
- – Especialmente nas redes sociais, onde existe a cultura do cancelamento, somos levados a tentar convencer, a vencer a discussão em nome da cultura da lacração. “O ideal é compreender o outro e a situação. Este é mo primeiro ponto a ser trabalhado em todas as relações afetivas, mas especialmente na relação de casal”, pondera.
- – Outro ponto importante é que, na maioria das vezes, não ficamos atentos ao que realmente acontece. “A gente presume o que o outro está pensando sem ter a certeza, e já inicia uma comunicação de ataque baseada no que está apenas em nossa cabeça”, alerta.
- – É de suma importância ter sempre em mente que você também erra e ter sempre o cuidado de não transferir a culpa para o outro. “A gente tende a culpar o(a) parceiro(a) ou a se culpar. E o sentimento de culpa, nesse caso, não agrega. A solução é identificar o erro e gerar empatia para compreender seu par”, pontua.
- – É ilusão quando pensamos que temos o controle das ações do outro. Decida confiar!
- – É muito comum esperar que o outro leia a nossa mente e saiba da nossa expectativa. “É muito importante dizer o que se deseja de forma direta. As redes sociais trouxeram alguns gargalos para a comunicação, que são as indiretas, e elas nem sempre são compreendidas, e quando são compreendidas, a mensagem é entendida de forma equivocada.
- – A comunicação é uma via de mão dupla. “Eu falo o que eu preciso comunicar, mas eu também escuto o que outro diz. Só assim ambos crescem no relacionamento”, finaliza.
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