População campo-grandense tem buscado por alternativas para aumentar a segurança residencial
Campo Grande tem registrado um aumento nas ocorrências de roubos e furtos, mais de 8 mil registros até o momento. Para tentar conter a ação dos criminosos, a população tem investido em segurança particular, câmeras de monitoramento e até mesmo grupo de WhatsApp com a vizinhança.
Dados da Sejusp-MS (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), apontam que todos os meses de 2022 já superam os registros dos meses correspondentes de 2021. Foram registradas 8.575 ocorrências de furtos e 1.460 de roubo somente em 2022. No ano passado, o mês de maio teve 1.205 ocorrências de furto e 221 de roubo. Já em 2022 o número de ocorrências está crescente, sendo registrados 1.539 furtos e 306 roubos no mês de maio.
Conforme o comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar de Campo Grande, Tenente-Coronel, Padilha, a segurança comunitária é um dever de todos. “Essas ações da comunidade ajudam muito. A Constituição Federal no artigo 144 fala que a segurança pública é dever do Estado, mas é direito e responsabilidade de todos. Então, todos estamos envolvidos nessa questão de melhorar a segurança pública”, destacou.
Sobre a criação de grupos de WhatsApp com vizinhos da mesma rua e do bairro, o Tenente-coronel apoia a iniciativa. “A comunidade deve sim se mobilizar. Inclusive na unidade que eu comandei a gente implantou um serviço com os diretores de escolas por meio de WhatsApp, que rapidamente ao ver alguma situação suspeita, poderiam acionar a Polícia Militar. Então, o Conselho de Segurança Comunitário, grupos de WhatsApp com vizinhos, são alguns meios que facilitam para que a polícia possa verificar alguma questão”, opinou.
O jornal O Estado percorreu as ruas da Vila Marli e Jardim Joquei Club para ouvir a população que aderiu a ‘vigilância comunitária’. A professora Neide Calado, 57, é uma das administradoras de um grupo de WhatsApp entre vizinhos. “A intenção do grupo é compartilhar o que está acontecendo na rua e no bairro. Uma pessoa estranha, uma atitude suspeita, relatos de roubo ou de tentativas, pra gente já ficar vigilante. Também anunciamos animais de estimação perdidos e vários já foram encontrados”, relatou.
Outro integrante do grupo, afirma que as placas colocas na frente das casas avisando sobre o grupo de vigilância comunitária, ajudam a inibir a ação dos criminosos. “O bandido procura facilidade, locais escuros, abandonados. Tem uns 23 vizinhos no grupo e quando chega algum morador novo a gente conversa e coloca no grupo. Nunca tivemos problema com roubos e nem meus vizinhos”, contou Odair Alves, 64, funcionário público.
Vale ressaltar que diante de qualquer situação suspeita, a população nunca deve reagir ou tentar agir por conta própria. “Ao ver alguma atitude suspeita entre em contato pelo 190 ou se a população souber de alguma situação no bairro, como uma boca de fumo, movimento ilícito, procure os canais de disque-denúncia da Polícia Militar”, recomendou.
A Sejusp também destacou que desde 2033 foram criados os CCS’s (Conselhos Comunitários de Segurança) nos principais da Capital. A finalidade é que seja criado um grupo de pessoas do mesmo bairro que se reúnem para discutir, analisar e encaminhar os problemas comunitários de segurança as autoridades locais.
Conforme o presidente do Conselho de Segurança da região do grande Nova Lima, José Geraldo, no bairro as reuniões são mensais e acontecem sempre na segunda quinta-feira de cada mês. “Fazemos a reunião com a comunidade, ouvimos as reclamações, a polícia e a guarda dão orientação de como fazer um boletim de ocorrência, quais as ações que estão desenvolvendo naquela região. A gente comunica os fatos e pede solução, por exemplo de iluminação pública, limpeza de terreno baldio e a existência de bocas de fumo”, finalizou.
[Texto: Suelen Morales, Jornal O Estado de MS]