Pensando em alertar a população, na última sexta-feira (3) foi celebrado o Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil. A data visa ampliar o debate sobre os riscos e cuidados necessários com a doença que afeta cerca de 6,4 milhões de crianças no Brasil.
O Ministério da Saúde estima que, desse número, 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. A doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos acompanhadas no SUS (Sistema Único de Saúde).
Nessa faixa etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso. Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8%, sendo que 7% já apresentam obesidade. A nutricionista e professora do Idomed Fapan Maria Olímpia Almada explica que a obesidade traz vários riscos e, geralmente, a criança com sobrepeso ou obesidade será um potencial adulto com sobrepeso.
“A obesidade está diretamente relacionada às doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia. São doenças relacionadas ao estilo de vida”, afirma. Para a docente, o que explica tantas crianças já lutando contra o sobrepeso é a transição alimentar. Os pequenos têm consumido cada vez mais alimentos ultraprocessados, ricos em gordura, sal e açúcar. Aliado à alimentação ruim, vem o sedentarismo.
A professora orienta que os pais priorizem os bons hábitos alimentares dos filhos. O ideal é oferecer a quantidade adequada de macronutrientes, carboidrato, proteína e a gordura, que também é essencial. Além disso, é importante manter o consumo dos micronutrientes, que são vitaminas e minerais.
“O consumo de frutas, legumes, verduras, consumo de fibras devem ser priorizados. Deve-se pensar também, pensar na forma de preparo dos alimentos. É necessário menos frituras, reduzir o excesso de produtos ultraprocessados e priorizar os alimentos que têm fibras, integrais”, orienta. A última dica é, junto com a alimentação equilibrada, que a criança faça atividade física. “É preciso tirar um pouco as crianças da frente da televisão, do computador e fazer com que elas fiquem mais ativas”, finaliza.