Defensores dos animais protestam na Câmara contra alterações no PL da UpaVet

Foto: Beatriz Feldens
Foto: Beatriz Feldens

A Câmara Municipal realizou na manhã de hoje (31), discussões sobre possíveis mudanças no Projeto de Lei  5.593/15, que dispõe sobre a da UpaVet (Unidade de Pronto Atendimento Veterinário) de Campo Grande.

As alterações previstas pelo Executivo, previam atender apenas cães e gatos de famílias de baixa renda, atendimentos em horários definidos, e a retirada do atendimento 24 horas, além de não construir o centro cirúrgico.

Defensores dos animais estiveram presentes na Casa, e protestaram contra essas mudanças. A protetora independente e ativista da causa animal, Lígida Santos, criticou fortemente as medidas.

“É um retrocesso total para a causa animal. Nem começou a construção da UpaVet e já estão cortando benefícios, é um verdadeiro descaso”, explicou.

Lígida Santos protesta contra a retirada do centro cirúrgico da UPAVet / Foto: Beatriz Feldens

Lígida denuncia ainda que houve uma “promessa” que não foi cumprida, onde atendimentos gratuitos para animais seriam prestados enquanto a UPA Veterinária não estiver pronta.

“Esses atendimentos não estão sendo feitos. Nós, enquanto protetores e ONGs que pagamos, sai tudo do nosso bolso. Um protetor deve em torno de R$ 20 mil em contas em clínicas veterinárias particulares. Nunca aconteceu atendimentos em outros lugares, existe apenas parcerias com clínicas para a realização de castrações, mas e depois que castra? Você vai e castra um animal em condições de rua, e o pós? E os cuidados? Como ficam?”, disse.

O vereador Professor André Luis (Rede), grande voz da causa animal na Câmara, também destaca que as mudanças são negativas.

“O Executivo Municipal mandou para a Câmara a alteração do regimento interno da Subea (Subsecretaria do Bem-Estar Animal), retirando algumas competências dela: primeiro o atendimento de animais de grande porte, como cavalos, jumentos e mulas. Nós votamos contra porque, por exemplo, a Associação de Carroceiros tem três mil cavalos e esses animais precisam ser atendidos por alguém e o poder público não pode se negar a fazer o atendimento”, explica.

Foto: Assessoria

Ele ainda diz que que a retirada dos atendimentos de emergência é essencial para o animal.

“Outra alteração prevista seria de que a UpaVet não atenderia 24 horas, só no período regulamentado. A gente também acha que isso não é cabível porque a emergência sempre é importante tanto no ser humano quanto no animal. Quando ele é atropelado de noite, não pode aguardar 12 horas para entrar em um centro cirúrgico. E também havia a proposta do Executivo em retirar o centro cirúrgico, então cirurgias de alta complexidade não iriam ser realizadas. A gente não pode retirar do poder público essa competência” diz o vereador.

O parlamentar ainda explica como deveria funcionar o serviço. “Na verdade o prédio que foi alugado tem que ser reformado e o contrato em direito público tem de ser feito pelo locador, aquele que está fazendo a locação. Então ele tem que fazer a adequação e quando o prédio estiver pronto, entregue para uso efetivo”, explanou.

André Luis também comentou que será necessário abrir concursos públicos para contratações de profissionais especializados em cuidar de animais. “Apesar da Subea ter veterinários, eles não estão nesse cargo, estão em disfunção. O que a gente quer é que aconteça um chamamento público, que tenhamos um hospital público municipal, porém com gestão privada para melhorar a eficiência, por meio de parceria público-privada”, conclui.

 

Com informações da repórter Beatriz Feldens.

 

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