MS já monitora dois casos de hepatite misteriosa em crianças e adolescentes

Foto: Divulgação
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A doença que acomete menores já está em mais de 20 países e pode exigir transplante de fígado

Por Suelen Morales  [Jornal O Estado]

O Estado de Mato Grosso do Sul registrou dois casos da hepatite aguda misteriosa que atinge o mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença é severa e não tem contato direto com os outros vírus da hepatite, por isso os exames dão resultado negativo. Além disso, dos casos mundiais reportados, 10% precisaram do transplante de fígado. A doença já foi reportada em pelo menos 20 países.

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que investiga dois casos de hepatite aguda misteriosa em Mato Grosso do Sul, sendo um caso de Campo Grande, uma adolescente de 14 anos eoutro adolescente de 16 a nos do município de Ponta Porã.

Em alerta, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que, no caso em investigação da adolescente de Campo Grande, já foram feitos exames de hepatite A, B e C, COVID-19, influenza, dengue, zika, chikungunya e febre amarela, e todos deram negativo.

Como a doença ainda é misteriosa, a secretaria emitiu no dia 12 de maio uma Comunicação de Risco – Hepatite Aguda Grave de Etiologia Desconhecida, e realizou uma webconferência com os 79 municípios sobre eventuais casos prováveis no Estado.

“A SES esclarece que o Cievs Estadual vem acompanhado e que está seguindo as orientações do Ministério da Saúde e do Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde Nacional) e que a cada nova orientação é transmitida para os municípios”, afirmaram.

O documento de dez páginas fala sobre a definição de casos, sobre o possível contato com caso suspeito desde o dia 20 de abril de 2022 e sobre os sintomas mais comuns. Qualquer caso de hepatite aguda de etiologia desconhecida deve ser notificado à SES.

Segundo o guia, os principais sintomas de hepatite aguda são: mialgia, náusea, vômito, letargia, fadiga, febre, dor abdominal, diarreia, icterícia. Em casos graves, insuficiência hepática aguda com encefalopatia. Já os sinais e sintomas de hepatite fulminante são: insuficiência hepática aguda, caracterizada pelo surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática em um intervalo de até oito semanas. A fisiopatologia está relacionada à degeneração e à necrose maciça dos hepatócitos. O quadro neurológico progride para o coma ao longo de poucos dias após a apresentação inicial.

Ao jornal O Estado, o secretário municipal de Saúde de Campo Grande, José Mauro, garantiu só existir um caso na Capital sendo monitorado. Trata-se de uma adolescente de
4 anos.

“Surgiu agora uma hepatite de origem desconhecida no mundo. A gente precisa monitorar os casos. Tem um caso sendo monitorado em Campo Grande. Estamos tendo alguns desafios que são prioridades, por exemplo, alta indecência de doenças respiratórias em crianças. A gente deslocou todo o trabalho da vigilância para identificar que tipo de vírus está predominante”, acrescentou.

Em nota, a Sesau afirmou ainda que a adolescente segue internada no Hospital Regional e que seu estado de saúde é considerado estável. “Foi feita a notificação ao Centro de Informação Estratégicas em Vigilância em Saúde Nacional e do Estado e o monitoramento está sendo feito pelo órgão municipal. A rede de saúde pública e privada também foi comunicada para identificar, investigar e comunicar casos potenciais no território que se enquadram na definição de caso”, reforçaram.

Outros casos pelo Brasil e no mundo

Segundo a OMS, até o dia 29 de abril mais de 200 casos haviam sido reportados no mundo, a maioria (163) no Reino Unido. Houve relatos na Espanha, em Israel, Estados Unidos, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Itália, Noruega, França, Romênia, Bélgica e Argentina – a maioria em crianças de um mês a 16 anos, com uma morte relatada. No Brasil, sete casos suspeitos estão sob investigação.

O Rio de Janeiro, monitora seis casos da doença. Sendo que um dos pacientes veio a óbito: um bebê de 8 meses, morador de Maricá. Outros três casos são de moradores do município do Rio de Janeiro (uma criança de 4 anos, uma criança de 8 anos e um bebê de 2 meses), um de Niterói (criança de 3 anos) e um de
Araruama (criança de 2 anos).

A secretaria local também emitiu um alerta com orientações semelhantes às compartilhadas por Mato Grosso do Sul. O documento segue as informações fornecidas pelo
CIEVS.

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