Em meio à onda de acidentes e ao desrespeito às normas de trânsito, os postes de energia elétrica estão sendo derrubados por veículos em Campo Grande. Para a Energisa, que precisa manter uma equipe de plantonistas para essas situações, falta ainda conscientização dos motoristas para as consequências sociais da própria imprudência, como deixar sem luz quem depende da energia para sobreviver. Conforme explica a concessionária, os gastos dos abalroamentos de postes ficam entre R$ 3 mil e R$ 30 mil e a responsabilidade é totalmente do causador dos danos. Muitas vezes esse pagamento é decidido na esfera judicial.
De 2021 até abril deste ano, foram 306 casos, em que o mais caro foi registrado na Rua Raul Pires Barbosa em setembro. Um caminhão, carregado com uma máquina agrícola, arrastou a fiação da avenida, localizada no bairro Chácara Cachoeira, gerando um prejuízo de R$ 69,5 mil.
“Nós temos uma equipe de prontidão só para essas situações, assim como existe o plantão do Corpo de Bombeiros. Nossa primeira preocupação é a comunidade afetada, pois precisamos garantir a segurança de todos ali, até para a equipe de resgate”, explica Diego Souza Silva, coordenador do DCMD (Departamento de Construção, Manutenção e Distribuição) da Energisa. Vale lembrar que, no “arrastão” registrado na Rua Raul Pires Barbosa, mais de 1,3 mil casas e estabelecimentos comerciais ficaram sem luz por quase 12 horas. Uma idosa de 69 anos chegou a ficar com o veículo preso em meio aos cabos energizados.
Com isso, o coordenador do DCMD pontua que falta conscientização das pessoas, que, ainda, decidem beber e depois pegar o volante. Isso pode trazer consequências para toda a sociedade, já que toda o abastecimento elétrico de uma região precisa ser desligado para reparar um dano causado por imprudência.
“A gente olha o prejuízo financeiro, mas muito mais além disso. Muitas vezes, no circuito afetado, têm pessoas que dependem da energia para sobreviver, com aqueles equipamentos de home care. Hoje precisamos que essas pessoas, que costumam beber e dirigir, façam a reflexão de que uma atitude dessas pode impactar toda a sociedade”, conclui o coordenador.
Texto: Kamila Alcântara – Jornal O Estado
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