Mato Grosso do Sul espera atingir neste ano 55 mil toneladas de pescado, mas já pensando na meta “oficial” para os produtores: 62 mil toneladas por ano até 2023. Para isso, o governo estadual confirmou que será necessário maior acesso a linhas de crédito ao setor, melhoria logística e na hora de comercialização e colocação dos produtos no mercado.
A pauta foi debatida ontem (24) em evento exclusivamente voltado à piscicultura de MS, promovido pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), reunindo autoridades técnicas, especialistas e – claro – produtores do segmento do pescado.
Na ocasião, um dos pontos mais discutidos foi o investimento em união e associativismo, justamente para que o setor ganhe força de integração e, posteriormente, se posicione como uma potência no mercado nacional ao aumentar a criação de peixes em solo sul-mato-grossense.
Alguns números foram apontados no evento para contextualizar o cenário atual. Com 1.338 piscicultores em atividade, trabalhando em 2.500 hectares de tanques escavados – 860 deles desativados ou sem exploração comercial –, MS produziu em 2021 o total de 36.434 (94,55% de tilápia e o restante de peixes nativos).
Para se ter uma ideia, o Brasil cultivou só no ano passado 803 mil toneladas de peixe. A produção sul-mato-grossense, entretanto, corresponde a pouco mais de 4,5% nesse quantitativo.
Já para 2022, contudo, a expectativa é de crescimento. “Neste ano, esperamos atingir 55 mil toneladas de produção e reduzir a capacidade ociosa dos frigoríficos do Estado. Mas, para isso, precisamos de estratégias e planejamento, além de associativismo dos produtores”, enfatizou Rogério Beretta, superintendente da Semagro.
A atividade hoje conta com produção de 170 toneladas de pescado por dia, o que equivale a 40,8 mil toneladas ao ano. Contudo, a previsão do governo estadual é elevar a capacidade de processamento 62 mil toneladas até 2023. “A Semagro visa fortalecer as instituições públicas, qualificar recursos humanos, promover a organização dos produtores e da produção [associativismo e cooperativismo], além de atrair recursos privados para novos investimentos”, pontuou.