O Carnaval chegou ao fim, mas se depender do vereador Tiago Vargas (PSD), uma discussão sobre o assunto com a colega de Câmara Camila Jara (PT) deve se arrastar por mais um tempo.
No domingo (27), policiais militares encerraram uma festa de Carnaval LGBTQIA+ chamada “Farofolia”, no bairro Coronel Antonino, por conta de o estabelecimento não seguir protocolos de biossegurança contra a COVID-19, segundo consta no boletim de ocorrência. A vereadora petista estava presente no evento e denunciou a abordagem policial em suas redes sociais no dia seguinte.
Na retomada das atividades presenciais hoje (3) na Casa de Leis de Campo Grande, foi possível ver que o assunto não foi esquecido. Ao tomar a palavra, o Coronel Alírio Villasanti (PSL) defendeu a Polícia Militar e afirmou que a corporação não é homofóbica, sem mencionar de forma direta a reclamação de Camila Jara.
Villasanti fez coro a outras denúncias que afirmavam que havia menores de idade consumindo bebidas alcoólicas na festa e que não foi disponibilizado álcool em gel para os presentes. Por fim, disse que os policiais “colocam o respeito aos direitos humanos em primeiro lugar”.
Tiago Vargas, que havia se manifestado sobre o ocorrido por meio de vídeos no início da semana, também se pronunciou na sessão e falou com O Estado Online sobre a situação. Ele confirmou que entraria hoje com uma representação na Comissão de Ética da Câmara de Vereadores contra Jara.
“Ela [Camila Jara] cometeu uma injustiça muito grande. A partir do momento em que uma vereadora, representante da população, vai em suas redes sociais e afirma categoricamente que os policiais praticaram crime de homofobia, ela vai ter que provar – tanto na esfera judicial quanto na Comissão de Ética”, disse Vargas.
Camila Jara minimizou o assunto e preferiu focar em uma de suas principais bandeiras desde que foi eleita: a concretização de uma renda básica municipal para auxiliar as populações mais afetadas pela pandemia, que, segundo ela, é um “debate bem mais produtivo”.
Questionada sobre como ela lidaria com a questão da representação de Vargas, a vereadora foi enfática. “Bom, a gente não lida, porque tem muito trabalho para se fazer. Tem pessoas passando fome em Campo Grande, pessoas que estão sem moradia. Nós vamos concentrar essa energia, como sempre fazemos, pra resolver essas questões. No mais, é picuinha de vereador que não tem trabalho para apresentar para sociedade”.
A petista contou que conversou sobre a interrupção da festa com o Governo do Estado e que já resolveu a questão.