O artesanato indígena de Mato Grosso do Sul tornou-se objeto de estudos e, além de ganhar espaço em museus da Europa e “ateliês” de estilistas do mundo da moda, inspirou e deu contorno a projeto cultural, científico e socioeconômico com o “Projeto de Pesquisa em Cerâmica e Promoção da Comunidade e Cultura Kadiwéu”.
Em Mato Grosso do Sul, além dos índios da etnia Kadiwéu, os Terena também têm intensa atividade na produção de peças à base de argila. Praticamente todos os centros culturais e lojas de artesanato e exposição no Estado dispõem de uma diversidade de cerâmicas Kadiwéu e Terena.
Peças e fotografias largamente compartilhadas por turistas despertaram a atenção de um outro setor – da moda. Por conta do grafismo, o povo Kadwéu descobriu, tudo por acaso, através do etnoturismo involuntário, uma estratégia de sobrevivência.
O que chama a atenção são os grafismos. O sucesso das pinturas corporais, em cerâmicas e objetos de design é comemorado agora, mas o trabalho de divulgação da arte começou há mais de seis anos e há quatro anos Viviane e equipe desenvolvem o “Projeto de Pesquisa em Cerâmica e Promoção da Comunidade e Cultura Kadiwéu”.
O objetivo de Viviane é promover o empoderamento de mulheres também de outras etnias, como a Terena, e isso se dará também com a revitalização dos centros culturais rurais e urbanos, onde a produção artesanal é exposta e comercializada.
Segundo Viviane, ela e os antropólogos Hilário Urquiza e Andrea Caravaro agora vão se dedicar em promover a produção das etnias oleiras Terena e Kinikinau, com extensão à aldeia São João, “que tem uma configuração especial, pois lá residem os três povos oleiros: Terena, Kinikinau e Kadiwéu na terra do povo Kadiwéu. “Pretendemos agregar os Kinikinau e os Terena no projeto de geração de renda e iniciar um trabalho de etnoturismo na aldeia Alves de Barros, com capacitação para recepção dos turistas atendendo a uma vontade dos próprios moradores da aldeia”, antecipa.