Após um ano e meio de pandemia da COVID-19, o comércio viveu uma explosão no setor de vendas online. Enquanto apenas 2% da população mirava em uma modalidade de compra mais prática pelas redes sociais, e através de sites antes da época de contágio, em 2019, cerca de 13% dos clientes decidiram realizar compras através dos canais em 2021, um salto de grande peso para o departamento, conforme dados revelados pela Fecomércio-MS nesta segunda-feira (25).
Os números fazem parte da pesquisa sazonal do dia das crianças, que aponta a pretensão de compras no mês de outubro de cada ano, comparativo mais recente da federação, onde é possível perceber a margem crescente para o sistema e-commerce. Segundo a economista Regiane Dédé da Fecomércio-MS, as vendas aumentaram muito em todas as pesquisas durante o ano, e o que já era realidade para alguns veteranos, está se consolidando dia após dia para grande parte dos empresários.
“Essa é a nossa pesquisa mais recente, mas se você olhar as dos anos anteriores, as compras eram bem menores. Não podemos dizer que vai substituir a venda física, sempre vai ter espaço para o público que prefere ir à loja, até porque, compra é experiência. Tem pessoas que gostar de ir até o espaço, experimentar o produto e ver como fica. No entanto, podemos pontuar que isso é uma tendência de mercado, o comércio em um todo caminha para essa vertente. O que a pandemia fez foi acelerar esse processo que já estava acontecendo”, destaca.
Até mesmo quem tinha medo da exposição e não acreditava que as vendas poderiam acontecer dentro das plataformas de ‘entretenimento’, já não enxerga mais o empreendimento sem as mídias, como no caso da proprietária da Veth Clin, Thalita Martins. Eu sempre fui muito resistente à exposição, inclusive acho que eu demorei demais para me abrir, mas tivemos um retorno muito importante com as redes sociais. Eu acredito que o recurso passa segurança para os clientes e possíveis clientes, pelo fato de eles poderem acompanhar nosso trabalho e interagir. Hoje eu vejo como extrema importância, não vejo mais minha empresa sem as redes sociais”, ressalta.
Para o publicitário Zenon Balduino, as empresas começaram a identificar que um dos primeiros canais de busca de serviços que os clientes possuem, seja de preço ou de qualidade vem das redes sociais. “Os empresários decidiram se posicionar porque seja na hora da necessidade em comprar determinado produto, ou pelo desejo, ele vai buscar nas redes, e foi aí que eles enxergaram o que estavam significando para seus clientes”, afirma.
“Antes as pessoas pensavam que o produto delas não precisavam deste canal, ou que não se enquadrava. Agora elas já entenderam que pesquisam e que devem se posicionar porque todos estão passando por lá. Quem não entendeu isso, que não tem no mínimo um site, um Instagram ou uma página no Facebook com propósito, com a missão e valores bem claros sobre a empresa, seus produtos e serviços, daqui a cinco ou 10 anos, já estarão fora do mercado”, enfatiza.