O deputado Delegado Waldir (GO) afirmou na manhã desta sexta-feira (18) que o Palácio do Planalto e ministros do governo estão atuando junto a parlamentares para derrubá-lo da liderança do PSL na Câmara. Ele disse ainda ter sido “traído” pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Nada do que eu falei [no áudio] é mentira. Se você for traído, como vai se sentir? Eu fui traído. O presidente pessoalmente está interferindo para me tirar da liderança. Isso não é traição?”, disse.
“Se eu sou fiel a ele desde 2011. Se ele pessoalmente, junto com o líder do governo [deputado] Vitor Hugo [PSL-GO] e o senador [governador] Ronaldo Caiado [DEM] trabalham para me derrubar do diretório de Goiás. E assim está fazendo com outros parlamentares no país todo. Isso não é traição, isso não é vagabundagem? Então eu não retiro nada do que eu falei.”
Waldir deu as declarações ao chegar para uma reunião da executiva do PSL, um dia depois de ter sido divulgado um áudio em que o parlamentar diz que vai implodir o governo Bolsonaro – depois ele recuou e afirmou ter feito a fala em um “momento de sentimentos”. “Isso já passou. Nós somos Bolsonaro. Somos que nem mulher traída, apanha, mas mesmo assim volta ao aconchego”, afirmou nesta quinta-feira (17).
O PSL vive há dias uma guerra aberta entre aliados do presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e um grupo alinhado ao presidente Bolsonaro. O racha ficou evidente depois de Bolsonaro ter aconselhado um seguidor a esquecer o partido e ter dito que Bivar estava queimado.
A crise no PSL extrapolou nesta quinta-feira (17) as barreiras do partido e atingiu a articulação política do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.
Em meio ao clima de beligerância no PSL, o presidente sofreu derrotas em série, foi chamado de vagabundo pelo líder do partido na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO), e, em um contragolpe, decidiu tirar a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso. (Folha de S. Paulo)