O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu quinta-feira (26) o perigo da crise hídrica vivida no Brasil, que classificou como “a maior da história” e “problema sério”, e fez um apelo para que as pessoas economizem energia e “apaguem um ponto de luz” em casa.
“Em que pese estarmos vivendo a maior crise hidrológica da história, 91 anos que não tínhamos uma crise como essa… Vou até fazer um apelo a você que está em casa agora: tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz na sua casa agora. Peço esse favor para você, apague um ponto de luz agora”, disse Bolsonaro durante sua live semanal.
O recente aumento nas contas de luz tem pesado no orçamento das famílias e pressionado a inflação. ”Ajude-nos, assim você está ajudando a economizar energia e a economizar água das hidrelétricas. (…) Estamos no limite do limite”, disse o presidente.
A prévia do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acelerou a 0,89%, após ficar em 0,72% em julho. Foi a maior variação para agosto em quase duas décadas, desde 2002, quando o índice foi de 1%.
“Qual o problema?”
Assim como em julho, a prévia da inflação de agosto foi puxada pelo aumento nas contas de luz, que chega a 5% no mês, exercendo o maior impacto individual no resultado. Ontem, porém, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não ver problema na alta dos preços da energia elétrica, acreditando que o país atravessará a crise sem “medo”.
“Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que nós vamos ter medo agora? Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos? Ou o problema agora é que está tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições… Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar”, declarou Guedes no lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
Hoje, o ministro explicou ter usado a expressão “qual o problema” para dizer que a crise hídrica é uma variável que o governo não controla, mas que deve enfrentá-la porque “não adianta ficar sentado chorando”. Segundo Guedes, a fala de ontem foi “tirada de contexto”. Acesse também: Câmara aprova oferta gratuita de absorventes para estudantes
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(Com informações Uol Notícias)