No dia 26 de agosto Campo Grande comemora 122 anos de emancipação político-administrativa, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) celebra R$ 1,3 bilhão aprovados como recursos para obras de infraestrutura nas sete regiões da cidade. Isso vai garantir na pós-pandemia a retomada econômica e gerar emprego e renda na Capital.
Marquinhos destaca que o planejamento, as decisões técnicas, democráticas e o trabalho em equipe levaram a conseguir lidar com a pandemia do coronavírus, alcançando o posto de ser uma das capitais que mais vacinaram no país. A campanha atingiu 75% da população ter tomado a primeira dose e 42% a segunda. “Tudo o que estamos vendo de desenvolvimento e progresso na nossa cidade não se deve a uma pessoa, ou a um prefeito. Se deve a todos esses homens e mulheres que atuaram no desenvolvimento da nossa cidade. Muitos deles no anonimato, porque por hora sempre aparece o nome do prefeito, mas não é justo deixar de lembrá-los”, creditou em entrevista ao jornal O Estado.
O prefeito relembrou que, se não fosse o contratempo da área da saúde, hoje, Campo Grande estaria com uma reserva de capital financeiro maior. A pandemia acelerou a reestruturação da saúde como um todo. “A ocasião nos ajudou a chegar a esse número e devemos ser sinceros. A pandemia acelerou esses leitos de UTI e, glória a Deus, hoje, de 16 leitos para 335 leitos de UTI na nossa cidade. Campo Grande está prestes a completar 122 anos de emancipação político-administrativa e 43 anos como Capital. E nestes 122 anos apenas 116 leitos foram oferecidos pelos gestores anteriores. É uma gestão que vai deixar esse legado para a nossa cidade”, destaca.
O plano de vacinação para 2022 vai depender do Ministério da Saúde. A prefeitura manifestou-se favorável aplicar a terceira dose aos idosos. Marquinhos se diz contra a política de ódio e é possível fazer uma “política de mãos limpas”, junto com a bancada federal, senadores, presidente da República, governador, com os deputados estaduais e vereadores. “Aplicar 100% de todos os recursos que chegam a nossa cidade”, afirmou.
Na entrevista, Marquinhos Trad afirma que ainda não possui projetos políticos para o futuro, mas também não descarta uma possível disputa a governador em 2022. O gestor cita que o interesse maior é cuidar de Campo Grande e da população.
O Estado: Ao assumir o mandato em 2017, a área da saúde enfrentava grandes dificuldades, a dívida atingia R$ 30 milhões com hospitais e nem todas as unidades de saúde tinha médicos. A partir disso algumas ações foram determinantes para estruturar a saúde e ajudaram a enfrentar a pandemia?
Marquinhos: Olha, se fosse apenas o contratempo da área da saúde, Campo Grande hoje estaria com uma reserva de capital financeiro bem maior. Em 2017, nós recebemos três folhas de pagamento em atraso, recebemos parte do 13º pago, recebemos Campo Grande com uma dívida de quase meio bilhão de reais para que a gente tivesse um cumprimento imediato sob pena até mesmo de paralisação de alguns setores da nossa cidade. Além disso, estávamos com uma estrutura de pavimentação asfáltica deplorável, com muitos buracos, ausência dos uniformes nas escolas, ausência de pagamentos de contas de energia elétrica da prefeitura e do pagamento pelo abastecimento de água, que estavam atrasados havia seis meses.
Na área da saúde, especificamente, o primeiro passo foi negociar as dívidas com os hospitais e com os fornecedores. Em todos eles, da área privada que forneceu elementos para a prefeitura. Na época, a Santa Casa estava na iminência de fechar as portas e vivenciamos isso várias vezes. Encontramos um estoque de medicamentos praticamente zerado e hoje estamos com mais de 85% de medicamentos nas prateleiras das farmácias nas unidades de saúde. Retomamos e entregamos nove unidades de saúde, sendo três clínicas da família. Fizemos o maior concurso da saúde pública que a prefeitura já fez em toda a história da nossa cidade e hoje já chamamos cerca de 700 novos profissionais contratados, o total de 300 por meio de processo seletivo. Implementamos o serviço de motolância e renovamos toda a frota do Samu. Hoje a cidade conta com 14 viaturas para atender a população. Quando recebemos em 2017 eram nove viaturas, das quais oito estavam estragadas.
O Estado: A Capital abriu um número de leitos igual ao tamanho de dois hospitais. Somando os leitos contratualizados e a abertura do Trauma e Pênfigo, somam 333 leitos de UTI. Campo Grande também saiu da última posição para oitava entre as capitais na cobertura da Atenção Básica. Podemos dizer que este será o legado deixado pela pandemia?
Marquinhos: A ocasião nos ajudou a chegar a esse número e devemos ser sinceros. A pandemia acelerou esses leitos de UTI e, glória a Deus, hoje, de 16 leitos para 335 leitos de UTI na nossa cidade. Campo Grande está prestes a completar 122 anos de emancipação político-administrativa e 43 anos como Capital. E nestes 122 anos apenas 116 leitos foram oferecidos pelos gestores anteriores. É uma gestão que vai deixar esse legado para a nossa cidade.
O Estado: Planejamento, diálogo e medidas assertivas foram fundamentais para que o município enfrentasse a maior crise sanitária da história e de desconhecido passasse a figurar como referência nacional. Para quem credita o sucesso da vacinação na Capital?
Marquinhos: Olha, tudo começou com joelhos no chão. Oramos bastante para que Deus nos desse discernimento e muita sabedoria para conduzir a cidade num momento de extrema dificuldade e de falta de elementos da ciência com que pudéssemos ter armas próprias para combater o inimigo. Por isso fizemos uma equipe conforme Deus orientou. Campo Grande foi a primeira Capital do país, em 27 de fevereiro de 2020, a publicar no Diário uma comissão de combate e prevenção contra a COVID-19. Não tínhamos nenhum caso ainda em Campo Grande e a gente já tinha essa comissão. Esse grupo foi formado por 30 pessoas em colegiado, com profissionais da área da ciência, de infectologia, sanitarismo, Ministério Público, OAB, CDL, Associação Comercial, entidades não governamentais e Secretaria de Saúde.
Justamente, para encontrarmos medidas que pudessem dar o equilíbrio entre a vida e a economia. Tivemos decisões corretas. Todas elas ajudaram a nossa cidade a ser referência nacional. E eu credito isso a esse planejamento, ao grupo e a muita oração. Além do que, nunca fizemos nada de maneira unilateral. Sempre democratas e ouvindo a maioria.
O Estado: Como será o plano de vacinação para 2022?
Marquinhos: Eu não tenho elementos científicos para responder a esta pergunta. Mas o que o Ministério da Saúde determinar nós vamos cumprir. Se tiver de dar a terceira dose e chegar essas doses do ministério, nós faremos o que ele recomendar. Tudo isso porque Campo Grande hoje é a Capital da transparência pública. Nós não tivemos nenhum caso de escândalo de compras de materiais e equipamentos. Todos os valores enviados de Brasília foram prestados conta e aprovados pelos tribunais de controle interno. Por isso a gente aguarda orientação daqueles que mais entendem do assunto.
O Estado: A cidade passa por transformação. Obras sendo realizadas nos mais diversos pontos da cidade. A impressão é de que a gestão busca concluir todos os projetos em andamento como Córrego Anhanduí, realizar prolongamento da Avenida Rita Vieira e recuperação de avenidas importantes como Calógeras e Rui Barbosa. O que pretende deixar marcado como prefeito?
Marquinhos: Eu nunca fiz a política do ódio. Nunca preguei a raiva. Nunca utilizei os dedos para anonimamente na rede social criar fake news e atacar pessoas. O que a gente sempre fez foi unir e agregar. Fizemos uma política junto com a bancada federal, com os senadores, com o presidente da República, com o governador do Estado, com os deputados estaduais e com os vereadores. Tudo o que estamos vendo de desenvolvimento e progresso na nossa cidade não se deve a uma pessoa, ou a um prefeito. Se deve a todos esses homens e mulheres que atuaram no desenvolvimento da nossa cidade. Muitos deles no anonimato, porque por hora sempre aparece o nome do prefeito, mas não é justo deixar de lembrá-los.
Eles fizeram a sua parte, trouxeram emendas e nós otimizamos. A verdade é que muitas vezes o que era trazido de Brasília não aparecia nas cidades e no Estado. Hoje Campo Grande mostra que é possível fazer uma política com as mãos limpas. É possível aplicar 100% de todos os recursos que chegam a nossa cidade. É possível fazer uma cidade crescer tendo o prefeito como exemplo para todas as crianças e adolescentes.
O Estado: Como pretende transformar a rodoviária antiga?
Marquinhos: Já é uma realidade. E é uma parte apenas que pertence à prefeitura. Aquele imóvel possui quase 33 mil metros quadrados e o que pertence à prefeitura fica entre 7 e 8 mil metros quadrados. É um percentual bem menor do que a população imagina que pertence à prefeitura. Nós recebemos uma emenda parlamentar coletiva por meio do deputado federal Fábio Trad e conseguimos a ordem de R$ 17 milhões. E já vamos licitar. Pode ter certeza, nos três primeiros meses de 2022 tudo vai ser reformado na antiga rodoviária.
O Estado: Com na nova Lei do Prodes, quanto a prefeitura prevê de investimentos para este ano?
Marquinhos: Em torno de R$ 400 milhões com a geração de quase 2,5 mil novos empregos. Aliás, Campo Grande tem sido destaque também. A última estatística publicada pela revista “Exame” nos colocou como a Capital que mais empregos possibilitou. Ao andar pela nossa cidade é possível ver obras em todos os lugares com muitos pais de família que já tinham guardado o seu uniforme no guarda-roupa, que o retiraram e já estão trabalhando. Podendo dar vida digna aos seus familiares. Parabéns, Campo Grande, que ficou em primeiro lugar na geração de empregos.
O Estado: Nestes 122 anos de Campo Grande, se conseguisse elencar, qual será a maior conquista?
Marquinhos: Ética, respeito, humildade e atendendo todos com o mesmo patamar. Aqui nós não temos diferença entre aqueles que entram de terno e gravata e aqueles que entram de chinelo de dedo. Aqui a gente abre as portas. Aqui há Deus no coração e é um ambiente de paz. Tratamos todos com igualdade. Temos cuidado com as pessoas e buscamos dar qualidade de vida para que os serviços públicos se aproximem dos mais vulneráveis. Para que eles saibam que aqui tem uma prefeitura humana e que conhece a realidade de toda a gente.
O Estado: O que podemos esperar para Campo Grande no pós-pandemia?
Marquinhos: Essa retomada econômica e investimento de R$ 1,3 bilhão já aprovados com recursos garantidos e que muitos deles já começam a ser realizados, por exemplo, na Avenida Gury Marques e no bairro Nova Campo Grande, que já estão em obras. Estamos entregando agora 400 novas unidades habitacionais no Parque das Laranjeiras, estamos entregando o Sírio-Libanês, e dia 28 de agosto vamos entregar 498 unidades habitacionais em sorteio público e entregamos as casas do Bom Retiro. Tudo isso como retomada do crescimento e desenvolvimento econômico. Estamos com salários dos funcionários em dia e isso movimenta o comércio, estamos crescendo. É com calma, com equilíbrio e com sabedoria.
O Estado: Uma das apostas no meio político para 2022 é lançar o seu nome na disputa à sucessão. Por ter batido de frente com os decretos estaduais e mantido aberto o comércio, ganhou notoriedade com a população do interior. Para ser candidato ao governo o que será necessário?
Marquinhos: Olha, o meu cuidado é com a cidade e não penso em abril do ano que vem. Tenho de cuidar de Campo Grande e tenho de cuidar das pessoas, continuar salvando vidas e, enquanto tiver um campo-grandense em leito de UTI com COVID-19, eu vou lutar para que ele volte a viver dentro da minha cidade. Não vou virar as costas para Campo Grande, antes de ter a certeza de que tudo está caminhando corretamente, nos trilhos e com toda a nossa equipe trabalhando fortemente para a nossa cidade. Depois eu penso sobre o que pode ser lá na frente em relação ao futuro político deste que agora está falando para todos vocês. Mas vocês podem ter certeza de que todo o cuidado, a cautela e a atenção eu estou disponibilizando para Campo Grande. (João Flores e Andrea Cruz)
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O prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirmou durante entrevista ao programa Tribuna Livre da Rádio Cidade 95 FM, que não teria problema nenhum em renunciar ao cargo de prefeito de Campo Grande para se candidatar ao governo do Estado, caso recebesse “um sinal de Deus”. (leia a matéria completa aqui)