Volume de inadimplentes com tarifa de água saiu de 8 para 40 mil por mês na Capital

tarifa de água
Valentin Manieri

Afirmação foi feira pelo presidente da Águas Guariroba, Themis Oliveira, que ainda falou dos investimentos

O número de inadimplentes pelo não pagamento da tarifa de água e esgoto em Campo grande saltou de 8 mil para 40 mil por mês, durante a pandemia da COVID-19. A afirmação foi feita ontem pelo presidente da concesssionária Águas Guariroba, Themis Oliveira, que esteve em visita ao jornal O Estado. No entanto, ele afirmou que, apesar das perdas financeiras, a empresa não avalia onerar os “bons pagadores”, para aliviá-los, e aumentar os investimentos no abastecimento de águas e no saneamento básico da Capital.

Sobre a alta no endividamento, Oliveira afirmou ainda que a pandemia pegou todos de surpresa e a decisão da Prefeitura de Campo Grande de não autorizar o corte de água dos não pagadores foi acertada, a princípio. No entanto, agora a empresa pede que a administração municipal reavalie a medida, já que o benefício abrange toda a população campo-grandense.

“O decreto, que é louvável, não abrange apenas aquelas famílias carentes, mas toda a sociedade. Fato é que muita gente que pode, não está pagando, pois aproveitam a oportunidade de usar esse dinheiro em outros investimentos, já que as vantagens são muitas”, disse.

Oliveira destacou que “a Sanesul [empresa estadual], por exemplo, só não corta a água daqueles lares que são contemplados com a Tarifa Social. Já os devedores da conta de luz não obtiveram essa vantagem, assim como o telefone, internet e gás residencial. Portanto, com a retomada das atividades econômicas, agora iremos pleitear junto a prefeitura a retomada do corte e tentar parcelar essas dívidas”.

O Decreto nº 14.383, que proíbe corte no serviço de fornecimento de água em Campo Grand, em virtude da pandemia de coronavírus, foi publicado no dia 16 de julho de 2020 e segue sendo prorrogado, por meio do Decreto nº 14.760, constantemente. O decreto determina ainda que a dívida acumulada seja parcelada em até 36 vezes, sem acréscimo de juros.

Antecipação

A escassez de chuvas vem gerando preocupação à ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), que emitiu um alerta, no início do mês passado, relatando a gravidade e a possível falta do recurso natural, principalmente nos estados que compõem as regiões Centro- -Oeste e Sudeste.

Diante da situação, a concessionária se antecipou. Oliveira afirmou que, em razão da falta de chuvas registradas em Mato Grosso do Sul nos últimos dois anos, a concessionária se antecipou e, mediante estudos, usou como alternativa a escavação de poços na cidade.

De acordo com ele, com um investimento de R$ 50 milhões, nove poços fazem parte do cronograma de obras de ampliação do abastecimento e produção de água de Campo Grande.

A concessionária segue com a ativação de poços nas regiões do Taveirópolis, Parque dos Poderes, Nova Lima, Caiobá, Pioneiros, São Conrado, Coophavila II e Lageado. Com os novos poços em operação, a estimativa é de que o abastecimento de Campo Grande tenha um incremento de vazão de 1,7 milhão de litros, o que representa um aumento de 20% na produção de água de Campo Grande.

“Os últimos dois anos nos deram a experiência necessária para anteciparmos uma resolução. Todo esse projeto foi idealizado pelos nossos engenheiros mediante a muitos estudos geológicos e meteorológicos. Portanto, com esse aumento na captação de água, acreditamos que não faltará abastecimento para nenhuma região da Capital, até a volta das chuvas mais intensas, programadas apenas para o fim deste ano”, concluiu. Acesse também: Pagamento de R$ 200 do Mais Social está liberado a partir desta terça-feira

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