Depois do aumento no número de casos de dengue neste ano em vários estados, o Ministério da Saúde lançou uma nova campanha de prevenção contra a doença. Com o objetivo de conscientizar a população, que detém papel fundamental para impedir a proliferação do mosquito, o slogan da ação é “E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa por você”. Mato Grosso do Sul foi um dos estados com maior número de casos, conforme a pasta. Essa ação deve complementar as estratégias adotadas pela Capital para evitar uma nova epidemia em 2020. Neste ano, Campo Grande registrou mais de 38 mil notificações de dengue.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), foram 38.552 notificações, 8.768 casos confirmados e 8 mortes registradas até o dia 11 de setembro. Os números alarmantes da doença levaram o município a decretar situação de emergência em março deste ano, quando foram registrados 9.287 notificações somente nos dois primeiros meses do ano. Conforme o próprio município, as ações de combate à doença geraram um gasto de cerca de R$ 27 milhões, considerando aumento de pessoal, consumo de insumos e materiais durante as medidas de enfrentamento.
Mesmo com o período de estiagem, que ajuda na redução dos casos, o município está intensificando a rotina de prevenção. Uma das ações que é a aposta para ajudar na redução dos casos são os “Aedes do bem”, projeto da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que utiliza a bactéria wolbachia como forma de controle biológico do mosquito Aedes aegypti. Ovos de mosquitos devem ser infectados com a bactéria, que inibe a transmissão das doenças. De acordo com o chefe de serviço do setor de entomologia da Sesau, Lou-rival Pereira de Araújo, uma equipe da fundação deve vir à Capital entre os dias 23 e 25 de setembro. Nessa visita, eles devem conhecer um pouco mais dos preparativos da cidade, o bairro escolhido, que é as Moreninhas, além da definição de quando os ovos tratados devem ser trazidos para a Capital. “Teremos vá-rias atividades com eles aqui e, talvez vamos definir os mês, que, provavelmente, será novembro mesmo”, disse.
Conforme ainda Lourival, outras ações de combate ao mosquito estão em andamento. Está previsto um mutirão de limpeza entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro no bairro Parque do Sol, além das ações que são feitas em bairro com altas incidências das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Em agosto, foram feitas ações nos bairros Universitário, Macaúbas, São Conrado e Paradiso, que apresentavam índices elevados de proliferação do mosquito.
Campanha nacional
Até o dia 24 de agosto, foram registrados 1.439.471 de casos de dengue em todo o país, com crescimento de 599,5% em relação ao mesmo período de 2018, que teve 205.791 casos. Em razão disso, a pasta antecipou a campanha, como explicou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Ao invés de lançar a campanha no mês de novembro, como era feito nos outros anos, nós antecipamos para setembro para dar tempo, antes do período da chuva, para as pessoas e os gestores locais organizarem grandes mutirões de combate ao mosquito e não esperar depois que o ciclo da doença já está instalado para começar a agir”, afirma. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, destacou que 10 minutos de cada pessoa são suficientes para evitar novos casos de dengue no país.
“Se cada um tirar 10 minutos por semana, dentro da sua rotina, checar os locais onde o mosquito pode ter depositado ovos e no contato com água possam nascer mosquitos; olhar ralos, calhas, caixas d’água, garrafas e suas tampas, pneus, e outros objetos pequenos em que o mosquito tenha capacidade de colocar os ovos e ser um criadouro. Além de evitar a proliferação do mosquito também teremos um ambiente muito mais higiênico”, explica. (Texto:Raiane Carneiro)