O mercado externo aquecido, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, foi o responsável pela alta na cotação do boi gordo, que está em média 20% maior que no memso período do ano passado no Estado. Ontem a arroba do boi na Capital era cotada a R$ 266 ao passo que, em novembro de 2019, o valor médio era de R$ 220.
Para especialistas, esse fator, somado com a oferta restrita de animais, deve manter os valores em patamares acima dos R$ 290. Contudo, o desafio agora é o de identificar o poder de compra dos consumidores para o repasse do reajuste ou não ao mercado interno. Vale lembrar que a aproximação das festividades de fim de ano e o pagamento de impostos previstos para o início de 2021 tendem a reduzir o consumo de carne bovina.
Segundo, Alcides Torres, analista de mercado da Scot Consultoria, a queda no consumo prevista para o fim do ano pode ser explicada pelas dívidas contraídas geralmente em dezembro e com o pagamento de impostos. Mesmo assim, destaca que o momento atual é de uma análise de mercado, uma vez que a alta no preço das carnes pode fazer com que os consumidores não comprem, ou pelo contrário, permitir o aumento dos valores.
“Após meses de altas seguidas, a cotação da arroba do boi gordo vinha subindo quase que interruptamente, mas na semana passada e na anterior registrou uma leve queda, pela margem de contribuição dos frigoríficos que chegou ao limite. No mercado interno as pessoas estão analisando, para ver se os consumidores vão pagar mais pela carne bovina ou se, por outro lado, podem deixar de consumir”, analisou.
De acordo com a cotação realizada pela Scot Consultoria, na tarde de ontem (23), o boi gordo foi cotado a R$ 268 na praça de Três Lagoas, a R$ 266 na praça de Campo Grande e a R$ 272 na praça de Dourados. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, analista de proteína animal do Rabobank, Wagner Hiroshi Yanaguizawa ressaltou que o mercado do boi gordo passa por um momento ainda muito volátil. Além disso, destaca que, no ano, arroba teve alta de 35% ao passo que carne no varejo sobe entre 10% e 15%.
(Texto: Michelly Perez)
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