Surgido na Austrália em 2003 e realizado mundialmente, o movimento do Novembro Azul foi incluído no calendário oficial do Estado em dezembro de 2014, quando os parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) aprovaram a realização de ações integradas para a promoção da conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer.
Conforme a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), de cada quatro pacientes com câncer de próstata, um morre devido à doença. Esse quadro seria menos crítico se a atenção à prevenção e ao diagnóstico precoce fosse maior. Ainda de acordo com a SBU, aproximadamente 20% dos diagnósticos são realizados em estágios avançados.
O INCA estima, em todo o Brasil, 65.840 novos casos de câncer de próstata para cada ano do triênio 2020-2022. São 180 diagnósticos da doença por dia. Em Mato Grosso do Sul, a previsão é de 1.240 casos novos anuais
Com esses números, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais mata homens no Brasil. O primeiro é o de brônquios e pulmões, com 16.305 mortes no país em 2018. O câncer de próstata também é o segundo mais comum no sexo masculino, com ocorrência inferior apenas ao de pele, cuja estimativa é de 83.770 casos novos.
Estatísticas alimentadas por preconceitos
A redução dessas estatísticas tem como obstáculos tabus, mitos, preconceitos quanto aos exames preventivos. “Existem muitos preconceitos e mitos em relação aos exames preventivos de próstata”, afirma o médico urologista João Alexandre Queiroz Juveniz, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em Mato Grosso do Sul (SBU/MS).
De acordo com o médico, os preconceitos estão ligados a dois fatores: a resistência ao toque retal e a ideia de que o desempenho sexual está associado à próstata. O outro problema, conforme o médico, é que maioria dos homens acredita que sexo e próstata estão associados.
“A parte sexual é outra função, que não tem relação com a próstata”, explica. “Lógico, a depender do tratamento do problema da próstata, isso pode afetar a parte sexual. Só que, normalmente isso acontece, quando o paciente tem doenças mais avançadas”, acrescenta. Mas, de modo geral, o tratamento “não tem nenhum efeito colateral com a parte da função sexual do homem”.
A superação desses preconceitos pode salvar muitas vidas. Além disso, outro obstáculo a ser suplantando é a da despreocupação com as práticas saudáveis. “É importante que os homens se cuidem e tenham hábitos de vida saudável”, orienta Juveniz. “Devem praticar atividade física com frequência, evitar o excesso de peso, evitar o tabagismo, moderar o etilismo ter uma alimentação saudável”, exemplifica.
A ausência de práticas saudáveis aumenta o risco de câncer de próstata quando associada a fatores predisponentes relativos à raça e histórico familiar. Juveniz explica que pessoas negras e com antecedentes familiares positivos estão mais propensas a desenvolverem esse tipo de câncer. “Neste caso, a prevenção deve começar a partir de 41, 45 anos”, alerta
“Já os pacientes que não têm nenhum fator predisponente, não têm antecedentes familiares, não são da raça negra, devem começar, normalmente, a realizar exames preventivos a partir dos 45 a 50 anos de idade”, completa. Veja outras notícias.
(Com informações: ALEMS)