Procon e políciais fecham cerco contra comércios chineses

Pelo menos 15 estabelecimentos no Centro da Capital cujos proprietários são chineses foram alvos, ontem (28), de uma operação conjunta entre o Procon de Mato Grosso do Sul e a Polícia Civil.

A ação foi realizada para apurar casos de sonegação e infrações com relação de consumo, com a comercialização de produtos considerados impróprios.

Até a conclusão desta reportagem, oito desses comércios já receberam autos de infração por irregularidades como produtos sem data de vencimento, sem emissão de nota fiscal, sem identificação de origem, com embalagens e instruções apenas em chinês e não em português.

O volume de apreensões foi tamanho que a expectativa de um balanço completo dos trabalhos seja divulgado hoje (29).

Segundo Marcelo Salomão, o prazo é de cinco dias para regularização e liberação dos produtos apreendidos. Caso não tenham origem comprovada, o material é confiscado de forma permanente.

No primeiro semestre, O Estado revelou o crescimento de estabelecimentos comerciais geridos por chineses no Centro, principalmente no trecho da Rua 14 de Julho entre as avenidas Afonso Pena e Mato Grosso, com 12 lojas.

O principal ramo é o dos armarinhos (como são chamadas as lojas que vendem utilidades diárias para toda a casa), com seis lojas.

Em seguida, vem alimentação, com quatro pontos comerciais. Capa de celular e roupas, com uma loja cada, completam a lista.

Ainda mais, a grande presença dos sinoimigrantes faz com que campo-grandenses não se contenham ao chamar a nova 14 de ‘rua dos chinas’.

Presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, Adelaido Vila é uma das vozes que tenta mudar o preconceito contra os comerciantes chineses da cidade.

“É uma coisa natural dos tempos. Antes eram os árabes, portugueses, agora são os chineses, acho engraçado como as pessoas tentam usar isso como forma de ataque. E buscam desqualificar esses comerciantes, dizendo que não pagam impostos, que não cumprem a legislação, inventam histórias… São os mesmos cujos avôs e pais vieram de fora para iniciar o mercado aqui na cidade”, disse Vila.

Por outro lado, a má fama não é tudo. Com denúncias de contrabando, falsificação e uso de mão de obra proibida em suas fábricas, os produtos chineses ganharam o mundo, mas são conhecidos por sua qualidade inferior, quase que descartável. Mesmo assim, pelos preços, tornaram-se imbatíveis.

(Texto: Rafael Ribeiro)

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